COMUNICADO
DA OMUNGA
Benguela
- É com enorme e estranha preocupação que a OMUNGA registou a bárbara ação
levada a cabo na noite de 22 de Maio de 2012, por milicianos contra jovens
ligados à organização das manifestações em Luanda.
De
acordo à informação a que tivemos acesso, “um grupo de cerca de 15 indivíduos
afectos às milícias pró-governamentais, armados com pistolas, catanas e varas
de ferro, atacou esta noite o núcleo de jovens que tem liderado a organização
de manifestações anti-Dos Santos, desde Março de 2011.
Pouco
depois das 22h00, os atacantes irromperam, de surpresa, a residência do rapper
Casimiro Carbono, no Bairro Nelito Soares, em Luanda, onde se encontravam
reunidos 10 jovens.
De
pistolas em punho, os atacantes espancaram violentamente Gaspar Luamba, Américo
Vaz, Mbanza Hamza, Tukayano Rosalino, Alexandre Dias dos Santos, Jang Nómada,
Massilon Chindombe, Mabiala Kianda, e Explosivo Mental. O anfitriao, Casimiro
Carbono, escapou aos ataques por ter saído pouco antes para atender a um
telefonema.”, conforme se pode ler no site Maka Angola
http://makaangola.org/2012/05/milicias-pro-dos-santos-atacam/
De
a cordo à mesma fonte e confirmado telefonicamente com Carbono Casimiro,
“Afonso Mayanda ‘Mbanza Hamza’, 26 anos, explicou como os agressores, mal
abriram a porta, executaram, de forma profissional e rápida, os ataques.
“Bateram-me com uma vara de ferro na cabeça e em todo o corpo, e apontavam as
pistolas para não reagirmos à pancadaria”, disse Mbanza Hamza. O jovem sofreu
fracturas na cabeça, que levou 12 pontos, e no braço direito.
Gaspar
Luamba também foi severamente atingido na cabeça com vara de ferro, tendo
levado oito pontos, e ficou com os membros inferiores fracturados com a
pancadaria. Um dos delinquentes pró-regime também assestou uma barra de ferro
na cabeça de Jang Nómada, causando-lhe grande ferimento, para além da
pancadaria que recebeu por todo o corpo.
Por
sua vez, o rapper Jeremias Manuel Augusto ‘Explosivo Mental’, 25 anos, ofereceu
resistência aos ataques na cabeça e acabou com os braços inflamados, um dedo da
mão direita fracturado, e hematomas por todo o corpo.
Massilon
Chindombe, que procurou refúgio no quarto, contou como um dos assaltantes lhe
apontou a pistola quando tentava fechar a porta. ‘Gritámos que estávamos a
chamar a polícia e ele riu e respondeu ‘qual polícia’?’ O activista conta que,
após o ataque levaram as vítimas ao Hospital Américo Boavida. ‘O Luamba e o
Mbanza Hamza perderam muito sangue e estavam semi-conscientes. No hospital um
dos enfermeiros começou a suturar o Luamba sem anestesia ou cuidados básicos de
higiene. Tivemos de ir para uma clínica privada’, explicou.”
Ainda
na mesma fonte, pode-se acompanhar, “ao retirarem-se do local do crime, as
milícias, segundo várias testemunhas oculares, efectuaram três disparos para
afugentar a vizinhança que se começava a reunir na rua, e o fizeram em viaturas
Land-Cruiser alegadamente atribuídas a oficiais da Polícia Nacional”.
Pelo
exposto, a OMUNGA lembra ter enviado há menos de um mês uma carta aberta
dirigida à Comandante Provincial da Polícia Nacional de Luanda a
responsabilizá-la sobre a proteção do jornalista Coque Mukuta que vivia ameaças
de vida. Desta forma, responsabiliza também a Comandante Provincial da Polícia
de Luanda, pela segurança de todos os jovens envolvidos na organização de
manifestações em Luanda.
Ao
mesmo tempo, responsabiliza o Presidente da República por todo este clima de
violência e de amedrontamento que se está a “incendiar” por todo o país,
principalmente em vésperas de eleições.
José
António M. Patrocínio
Coordenador.
Fonte:quintasdedebate.blogspot.com
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