sábado, 30 de junho de 2012

BD adverte que o problema dos ex-militares é bicudo demais para um PR “indeferente”


Defensor de um ambiente de paz, o Bloco Democrático adverte que o problema dos ex-militares sem subsídios, na base da ‘manif’ que sacudiu a capital do país, é bicudo demais para um PR ‘indiferente’

Enquanto se procedia ao balanço da manifestação do passado dia 20, quarta-feira, em Luanda, o secretário do Bloco Democrático na província de Benguela, Dr. Francisco Viena, criticava a passividade do Presidente José Eduardo dos Santos perante uma onda de reivindicação que, no fundo, teve início quando se soube que Angola apoiou com 25 milhões de dólares a reforma militar na Guiné-Bissau, relegando para segundo plano milhares de desmobilizados com a reintegração social adiada.

Numa conferência de imprensa sobre o ambiente político do momento, que passou em revista a candidatura do BD às eleições legislativas, começou por sublinhar que as acusações das FAA, segundo as quais alguns políticos estariam a incitar tais movimentos, visam distrair o povo angolano, com realce para os eleitores. ‘A manifestação é um direito previsto na Constituição, pode ser accionado sempre que as pessoas acharem que está a ser violado’, frisou o académico.

Esclarecido o ponto prévio, Francisco Viena recordou que há cinco ou seis meses já o Bloco Democrático alertava para o que se está a passar agora, num momento bastante sensível. ‘Sendo certo que os antigos militares são factores de estabilidade, facilmente se percebe que o país pode vir a ter perturbações políticas, um cenário mau para quem organiza eleições’, acrescenta o jurista, que diz estar a ver um PR, igualmente Comandante em Chefe das Forças Armadas Angolanas, alheio a um problema bastante bicudo.

De acordo com o secretário provincial do BD, o Governo angolano deve, agora mais do que nunca, solucionar as exigências de homens que, embora já não no activo, são bem diferentes dos civis que são espancados pelos ‘kaenches’. ‘Eles são, como disse, factores de estabilidade’, lembrou Francisco Viena, pouco antes de ter questionado o trabalho feito por militares guineenses em prol de Angola. ‘Não fizeram nada, absolutamente nada por Angola’, resumiu. O político acha que os subsídios para os filhos da terra são prioridade, passando a ‘Tchetchénia’ ou outro país que se julgue conveniente para a segunda opção. ‘É, portanto, um passivo à espera de resposta, na medida em que todos nós, em particular o Bloco Democrático, queremos a paz e eleições sem perturbações’, concluiu o número 4 da lista de candidatos pelo círculo nacional.

‘’Político sério usa linguagem urbana’’

 Sem ter enfiado a carapuça, mas nem por isso alheio ao adjectivo que Armando da Cruz tem utilizado para despertar os que não vêem as acções do Governo do MPLA, Francisco Viena começa por salientar que ‘o general não reúne requisitos para ser governador de Benguela’. Caso contrário, refere o ‘bloquista’, não trataria os políticos de ‘burros’, criando uma tremenda confusão.

Francisco Viena diz não acreditar que existam ‘burros’ capazes de criticar, razão pela qual adverte que não se deve aceitar este tipo de expressões. ‘Só aceita quem é domesticado pelo senhor governador, o que não acontece connosco. Acho, portanto, que o melhor é olhar para as greves no Governo de Benguela e para os baixos salários’, atirou.

Já o secretário provincial da UNITA, Eng. Alberto Ngalanela, que também não enfiou a carapuça, limitou-se a aconselhar o governador a optar por uma linguagem urbana, sem insultos, ainda que tenha de contrariar a visão de um adversário político. ‘É o que faz um dirigente sério, deve estar comprometido com uma linguagem urbana’, salientou.

Fonte: Jornal Angolense

Egito Novo presidente Mohamed Morsi tomou posse



Fonte: Lusa
 Mohamed Morsi tornou-se hoje o quinto presidente da República do Egito depois de ter prestado juramento perante o Tribunal COnstitucional, sucedendo a Hosni Moubarak, destituído por uma revolta no ano passado.

"Juro por Deus todo poderoso preservar o sistema republicano, respeitar a Constituição e a lei, proteger a lei, proteger inteiramente os interesses do povo", declarou Mohamed Morsi.

Na sexta-feira, o novo presidente prestou juramento numa cerimónia simbólica, na Praça Tahrir, perante uma multidão que o aclamou.

Morsi tinha afirmado que manteria a tradição de tomar posse na Assembleia Nacional, apesar desta ter sido dissolvida pelos militares, já este mês, com base numa decisão do Tribunal Constitucional que considerou ilegal a forma como foi eleita.

Oriundo da Irmandade Muçulmana, Morsi, de 60 anos, é o primeiro militante islâmico a aceder à presidência do Egito e o primeiro presidente egípcio que não provem do aparelho militar.

Com 51,73 por cento dos votos, Mohamed Morsi venceu à segunda volta o último primeiro-ministro de Hosni Mubarak, Ahmad Chafiq.

Em Angola no dia 31 de Agosto os angolanos têm que votar bem, votar na força da mudança, nesse caso o Bloco Democrático e no seu cabeça de lista o Doutor Justino Pinto de Andrade. 
Luanda – Simulação ou talvez qualquer coisa a mais. Na verdade é que o activista Gaspar Luamba foi fisicamente agredido e, supostamente, raptado durante três largados horas, na última quinta-feira, 14, por voltas das 12 horas, por quarto indivíduos – que suspeitam-se ser da SINSE – no interior da Universidade Jean Piaget, localizada no município de Viana, em Luanda.


O ex-preso político do regime, foi interceptado, na altura, quando literalmente lutava para terminar uma das provas. “Mandaram-no chamar e quando este chegou os raptores procuraram confirmação a sua identidade questionando: você é mesmo o Luamba? e, inocentemente, ele respondeu que sim", contou Mbanza Hamba.


De seguida Gaspar Luamba, segundo a nossa fonte, procurou interar-se do que se passava naquele momento, seus raptores responderam: “ainda não tens, mas terás dentro em breve, acompanhe-nos”.


Ao redarguindo perguntando: “para onde me levam?” um dos raptores, rapidamente, agrediu-o com duas bofetadas, aconselhando o mesmo não apresentar qualquer tipo de resistência. “Alguns estudantes ao testemunhar o sucedido tentaram partir contra os raptores, mas infelizmente, eles conseguiram escapar levando o Luamba consigo num carro de marca Prado e tiraram o pé”, descreveu.


Argilosamente, a vítima enviou uma mensagem telefónica ao seu companheiro Mbanza cujo conteúdo descrevemos “Estou mal”. Ao acusar a recepção o mesmo, meio preocupado, decidiu ligar ao remetente (Luamba) e falaram em apenas cinco segundos. “Ele, simplesmente, disse-me que a situação estava crítica e desligou o telefone”, referiu, acrescentando “ sem entender, de facto, o que se passava informei aos outros companheiros e eles tentaram ligar para o terminal de Luamba, mas infelizmente não atendia”.


Três horas mais tarde os raptores decidiram libertar o activista. E o mesmo revela que foi levada para dentro dos estaleiros da empresa de construção civil Odebrecht, localizado algures da via expressa (sentido Viana/Benfica), onde foi posta numa sala onde havia em amostras matérias de torturas como: alicates, facas e armas de fogo. “Luamba conta que a única agressão física que sofreu foi às bofetadas que apanhou ainda na Universidade Jean Piaget”, garantiu a nossa fonte.


O activista, de acordo coma a nossa fonte, descreveu o líder dos raptores como sendo meigo e educado. “Por muitas vezes evitou que ele fosse torturado fisicamente, enquanto os outros três ameaçavam lhe arrancar as unhas para falar a verdade”, enfatizou.


Os raptores colocaram várias questões à vítima tipo: “Quanto é que a UNITA e a CASA-CE vos pagam para fazermos o que têm feito?”; “que tipo de apoios externos recebem?”; “quanto é que vocês querem?”; “onde é a residência do Mbanza?”; “a esposa de Carbono e a suposta viagem que este planear fazer...”. Deixando bem claro que os conheciam perfeitamente. 


De acordo ainda com a nossa, os malfeitores – descritos como gente finos, socialmente, bem apresentados com físicos normais – exigem que os apresentem uma contraproposta, caso ao contrário optariam por métodos drásticos, garantindo-lhe que “nós vamos partir para acções muito drásticas e não haverá lei que vos defenda”. 


Por fim os activistas apelam à intervenção urgente da sociedade. “As nossas vidas correm grande perigo e a qualquer altura poderão ouvir que estamos todos mortos, por isso é bom que a UNITA, a CASA-CE e outras forças políticas saibam que podemos ser mortos em qualquer altura”, alertam, ironizando “se realmente vocês nos apoiassem nós estaríamos todos ricos, sem multas para liquidar nas faculdades”. 

Fraccionismo: Antecedentes - Isomar Pedro Gomes.


Luanda - O que é o fraccionismo? Tal termo entrou no léxico angolano como a dissidência (na opinião de A. Neto e companheiros) protagonizada pelo Nito Alves e José Van-Dúnem do MPLA – 1976 - 1977.

Apesar de este período histórico ter ficado conhecido como Fraccionismo, a palavra em si já tinha sido usada para definir outras tentativas de rotura no MPLA, o próprio Agostinho Neto, a isso fez referência no discurso proferido a 5 de Fevereiro de 1977, na assembleia de militantes em N’Dalatando:


Princípio de citação


"... Houve a certo momento em 1962 um fraccionismo, que foi conduzido por Viriato da cruz, nome que não é desconhecido dos camaradas, mas que produziu a divisão do Movimento, por não querer submeter-se a essas regras de centralismo democrático. Quando se discutia um problema, no Comité Diretor, ele assumia, sempre uma atitude contra a maioria.


Mais recentemente, (1965/66) um outro grande fraccionismo, que se baseou na tribo, que é o de Chipenda. Era membro dirigente do MPLA, estava connosco no Comité Diretor e, certa altura, foi mobilizar a gente da sua tribo – ele é natural do Lobito. Pensava ele que poderia ser o chefe dos Umbundos.


"Revolta Ativa", chefiado por Gentil Viana. Da mesma maneira, dentro do movimento, formou um grupo para combater a Direção do Movimento. Claro que hoje está preso. Nós temos de combater, sempre e com firmeza, qualquer tentativa de fraccionismo. Isto não pode ser admitido numa organização democrática como a nossa em que há democracia, da base ao topo.



Se esse grupo não se convencer com a crítica, é necessário neutralizá-lo... No MPLA, nós somos um e temos regras para a vida da Organização. Não somos diversos. Somos um ou devemos ser um.


Portanto, quando nós dizemos fraccionismo, significa que alguém dentro da Organização, dentro do país, quis formar grupos que fossem diferentes do MPLA. Ora neste país, o único Movimento que existe é o MPLA e quem defender outro Movimento qualquer, não pode ser tolerado.


Devo dizer aos camaradas – agora já o posso dizer – que alguns deles, alguns que andam fugidos – ou os que estão sob investigação – chegavam às reuniões e, em vez de discutir os problemas que eram inscritos na ordem de trabalho, pegavam num livro e punham-se a ler à socapa. Muitas vezes, tinham sono, dormiam, talvez porque tivessem reuniões de mais.


Primeiramente foi o grupo que se chamava "Comités Henda". Foi eliminado. Depois eram os "Comités Amílcar Cabral". Foram eliminados. Apareceram depois alguns deles, indivíduos que pertenciam a esses dois grupos apareceram numa outra organização chamada "OCA –  Organização Comunista de Angola" e também foram eliminados. …"
Fim de citação.

(o sublinho é da responsabilidade do autor deste depoimento).
Para Agostinho Neto, Fraccionismo significava alguém ou um grupo de pessoas que estavam contra a sua opinião e ideias, A. Neto pelos vistos, era um cronico opositor ao debate a compreensão do contraditório e a discussão salutar. Reparem quantas vezes no referido discurso utilizou o tenebroso termo “FOI ELIMINADO ou FORAM ELIMINADOS”, por outro lado MAIORIA era interpretado como o «lado» onde ele se posicionava.


Quem conheceu ou ouviu de Daniel Chipenda (DC), não pode imaginar que tivesse a buçala e infantil pretensão de ser o chefe dos Umbundos. No famoso congresso de Lusaka – 1974 DC foi eleito Presidente do MPLA, pela grossa maioria de militantes que não obedeceram a política da cadeira vazia de A. Neto, e certamente que estes não eram no seu todo constituído por umbundos, mais tarde tal ficou demonstrado na composição do elenco da sua «facção» que apareceram nas cidades. 60% Dos integrantes do chamado BATALHÃO BUFALO, a serviço do regime do apartheid eram originários desta fação, e não eram somente Umbundos.


Porque A. Neto, não mencionou os manos (Mário e Joaquim) Pinto de Andrade? Por uma razão óbvia, A. Neto foi o primário percursor do fenómeno Fraccionista no MPLA – infelizmente, bem-sucedido - ao «golpear» os fundadores do MPLA e da luta de libertação nacional e usurpar ilicitamente tal título, por isso não podia «suportar» igual pretensão.


NITO ALVES


Foi um hábil e eficaz militante do MPLA, estruturou o chamado poder popular em todos os bairros de Luanda e denominou-os de Comissões Populares de Bairro (CPB), tornou-se muito popular, principalmente entre a juventude e os mais desfavorecidos, um comício por ele dirigido, era tão concorrido ou mais ainda que o comício dirigido por A. Neto, a sua popularidade quase que ofuscava a do A. Neto. E claro, tal «atrevimento» não podia ser tolerado, a eloquência, persuasão e clarividência política do mesmo ficou demonstrada no congresso de Lusaka, logo «tinha que ser eliminado», por aqueles que não simpatizavam com a ideologia Marxista-Leninista, ou que viam a sua posição na hierarquia do MPLA em perigo pela fulgurosa ascensão do jovem guerrilheiro da 1ª região político-militar, e sobretudo pelo poderoso esgrimir do verbo e poder de persuasão.


Quem de fato se viu ameaçado, foi Lúcio Lara (LL) que desempenhava por iniciativa própria funções de vice-presidente, ou do 2º na hierarquia do MPLA, Nito Alves contestou sempre tal exercício de funções, pois denunciava sempre nas suas palestras, que LL confundia o papel de secretario administrativo do Movimento com o papel de Secretario Geral (SG) do Movimento, função e posto que os então estatutos do MPLA não «consentia».


Nito Alves, era considerado por alguns como o segundo homem do poder, logo a seguir a Agostinho Neto, tal posição foi reforçada quando da formação do primeiro governo de Angola Independente, foi nomeado Ministro da Administração Interna – por isso alguns analistas afirmarem que o chamado Fraccionismo, não foi senão uma Luta entre Nito Alves e Lúcio Lara, no que se refere a posição imediatamente a seguir a A. Neto.


O descontentamento de Nito Alves com a alegada orientação de A. Neto a favor dos intelectuais urbanos e mestiços, tais como Lúcio Lara, Paulo Jorge e Iko Carreira, constituiu foco de divisão no seio do governo, pelo que alguns historiadores dizem, NUNCA se criou um movimento Fraccionista como tal no seio do MPLA.


Os detratores de N. Alves na 3ª Reunião Plenária do Comité Central do MPLA, realizada de 23 a 29 de Outubro de 1976, lograram obter a suspensão por seis meses, de Nito Alves e de José Van-Dúnem, acusados formalmente de Fraccionismo por terem sido promotores da criação do MPLA-2.


Foram os próprios acusados que propuseram a criação de uma comissão de inquérito, para inquerirem a veracidade da acusação, pois eles estavam cientes e seguros da sua inocência. A direção do MPLA, ou seja A. Neto aceitou a proposta, e indicou José Eduardo dos Santos (JES), para coordenar e liderar tal comissão. Esta comissão arrastou-se longamente no tempo e no espaço para apresentação do resultado da mesma, e foi precisamente este «arrastar» que trouxe a real divisão no seio do MPLA, pois alguns camaradas face a não conclusão dos trabalhos da referida comissão, posicionaram-se nitidamente a favor de Nito Alves, concluíram que NÃO HOUVE FRACCIONISMO. Saliente-se que, a quando da realização da assembleia de militantes em N’Dalatando conforme acima descrito, JES ainda não tinha apresentado nenhuma prova de fraccionismo no seio do MPLA – Mais de 120 dias depois.


Nito Alves e pares, questionaram sempre a realização de um congresso extraordinário em substituição do evento realizado em Lusaka, bem como o despropositado equilíbrio étnico-racial na direção do governo, num País maioritariamente negro, e «reclamou» a não proclamação de uma política aberta do MPLA a favor do Marxismo-Leninismo, ao invés da inclinação Maoísta, Social-democracia aparentemente defendida pelos intelectuais urbanos da época, encabeçado pelo Lúcio Lara, o famoso comício realizado na praça da Tourada/Calemba, e o pronunciamento inequívoco;


“…"Angola, só seria verdadeiramente independente quando brancos, mestiços e negros passassem a varrer as ruas juntos" foi a gota de água que fez transbordar o copo da PB (Pequena Burguesia), Lúcio Lara e N’Dunduma na direção do Jornal de Angola (JA) com o tristemente editorial incitador a violência BATER NO FERRO QUENTE, fizeram o resto; Angola não acordou no dia seguinte ao 27 de Maio.


O programa KUDIBANGUELA, reagia e contrapunha os editoriais do JA “ a Luta entre o velho e o novo é a nossa Luta”, tal epiteto foi mal compreendido como a Luta entre o Netismo (velho) e o Nitismo (novo), tal queria simplesmente dizer que os ditames que nortearam o sistema colonial (o velho) jamais poderiam sobrepor-se aos ideais que nortearam a Luta de libertação (o Novo). Todos os integrantes deste programa radiofónico e musical e «relacionados, tal como o PROGRESSO Futebol club» foram literalmente massacrados, tal foi a sanha assassina dos seus mentores.


Porem Nito Alves e companheiros mesmo mortos, logrou vencer a batalha ideológica, A. Neto não muito tempo depois, transformou o MPLA em um partido de orientação e objetivos Marxista-Leninista, através de um congresso extraordinário completamente submisso aos ditames do chefe.


NÃO HAVERA PERDÃO


Tudo estava programado, maquiavelicamente planificado, tanto foi assim que sem provas, Nito Alves e José Van-Dúnem foram «apressadamente» expulsos do comité central do MPLA, o resto aconteceu qual efeito dominó.


A comissão de Inquérito coordenada ou liderada por JES, nem era ou nem foi uma comissão de inquérito composto por funcionários ou integrantes da DISA, foi sim uma comissão composta por membros do CC do MPLA composto por membros do CC para inquirir um «assunto» meramente partidário.


 "Não haverá contemplações". "Não perderemos muito tempo com julgamentos". – Disse categoricamente A. Neto.


A comissão de inquérito acima referida, deu origem mais tarde a um TRIBUNAL MILITAR ESPECIAL – todos sabem ou conhecem a composição do mesmo, não eram membros da DISA - que de tribunal não tinha NADA, a ordem estava dada, e estes limitavam-se simplesmente a sentenciar os acusados, vezes houve que os membros do tribunal assinavam simplesmente a sentença de MORTE, sem nunca terem visto os rostos dos acusados. É exatamente este tribunal militar a que se convencionou chamar; Comissão de Lágrimas. Alguns indivíduos que compunham tal tribunal especial, ainda estão aí, á «arvorarem-se» de colunas da «democracia» e do sistema de direito e de justiça deste País.


A maior parte dos chamados Fraccionista, estavam convictos de que TINHAM RAZÃO, e de que estavam do lado da revolução e de A. Neto a favor dos nobres ideais que nortearam a luta de libertação colonial. Estavam convictos de que seriam ouvidos num tribunal assim como aconteceu com o julgamento dos criminosos mercenários em Julho 1976 - os mercenários tiveram «direito» a um justo JULGAMENTO, mas com relação aos Fraccionista Neto disse que não iriam perder tempo com julgamentos.


Nito Alves, Bakalof, José Van-Dúnem e Sita Valles, estavam confiantes de que eles tentaram fazer o contra-golpe da PB, e que eles agiram em defesa de A. Neto e que iriam provar tal em sessões de julgamento, por isso apresentaram-se voluntariamente.


QUEM BENEFICIOU COM O 27 DE MAIO


Definitivamente não foram os membros da DISA, estes foram simplesmente utilizados pelo A. Neto como braço executor, assim como ele no passado usou camaradas das EPLA designação anterior das FAPLA na guerrilha.


É verdade que muitos dos meus anteriores camaradas cometeram crimes no desenvolvimento do combate ao fenómeno destapado por A. Neto, mas estes não constituíram a maioria do efetivo. Alguns destes tenebrosos estão ocultos na ASPAR, e estiveram na origem desta escabrosa designação, porque pensaram que de alguma forma iriam manter-se encobertos da busca da verdade que mais cedo do que tarde virá sobre Angola.


A ordem partiu da direção do MPLA, é incompreensível que hoje têm mais ódio aos antigos membros da DISA e não tenham o mesmo sentimento com relação ao MPLA e a JES coordenador da célebre e famigerada comissão de inquérito.


JES teve sempre bem diante de si os verdadeiros culpados do massacre, por isso de uma forma didática e perspicaz, tratou de afastar tais indivíduos, a começar com Lúcio Lara, Iko Carreira e outros incitadores do massacre.


JES fez esforço para redimir-se de tal massacre por isso nas vésperas das eleições de 1992, ele disse perentoriamente “não tenho as mãos sujas de sangue” – será que é verdade?! o que ele pretendeu de facto dizer? - Á quando da prisão do oficial da Força Aérea o famoso Abrantes, espião da BOSS que causou uma mortandade entre as fileiras das FAPLA, JES o salvou da pena de morte.


JES falhou e falha até HOJE, por manter-se silencioso no que se refere ao «historial» ou melhor á divulgação da VERDADE sobre o 27 de Maio, e silenciosa-tacitamente atribuir o ónus EXCLUSIVO da culpa a DISA.


Quem beneficiou com a forçada retirada de Nito Alves e pares da cena politica Angolana? JES e atual quadro político do MPLA teriam alguma possibilidade de estarem onde estão, se Nito Alves e companheiros continuassem ativos na política nacional? Ou melhor em que posição «eles» se encontravam naltura, isto é nos anos 1975-1977 na hierarquia do MPLA?


Então porque JES não assume, como bom «general», como comandante em chefe das FAPLA-FAA e Presidente do MPLA, a responsabilidade do que aconteceu no 27 de Maio de 1977 – 1979.


Porque afinal SOTTO-MAYOR foi fuzilado? Não foi por ser o comandante da unidade dos indivíduos que fizeram a ação que resultou em tal fuzilamento, e por isso também responsabilizado, embora INOCENTE como de conhecimento de todos?


O EXEMPLO DO OBAMA


«Todos fomos testemunhas» que a quando da tentativa de sabotagem-ação suicida por um cidadão Nigeriano no interior de um avião comercial com destino aos EUA, OBAMA na qualidade de comandante-em-chefe das FA dos EUA, “assumiu o ónus da culpa da falha do sistema de segurança” perante o povo Norte-Americano. «Em última instância como comandante-em-chefe, devo assumir a responsabilidade pela falha do sistema de segurança» disse Obama.


Em Angola, acontece precisamente o contrário, o comandante-em-chefe e demais generais, buscam apressadamente bodes expiatórios, e os «intocáveis» refugiam-se no “HEROICO SILENCIO” eles só assumem os feitos que resultem na sua opinião, em atos bem-sucedidos.


AÇÃO PRATICA DA DISA – Os colaboradores secretos.


O regime e o sistema de segurança do Estado Nacional, alem de cometerem a irracional proeza de atirarem para o ralo a verdadeira história do sistema de segurança desde a sua implantação aos 29 de Novembro de 1975, remetendo os atores ou protagonistas da história para um criminoso esquecimento, e não esboçarem nem um gesto sequer em defesa dos mesmos.


Sinto-me na obrigação de «falar» de um grupo muito especial; os colaboradores secretos. Os verdadeiros soldados do combate dos bastidores, VERDADEIROS HEROIS anónimos, cidadãos angolanos da sociedade civil, que deram tudo de si em defesa do MPLA.


Os colaboradores secretos (C/S) eram agrupados por; P/C – pessoas de Confiança e A/S – agentes secretos. Os primeiros eram todos aqueles que se identificavam abertamente com a ideologia do MPLA, os segundos constituíam um caso especial, eram cidadãos que fazendo-se  - na maior parte das vezes - de Contra revolucionários (C/R), eram «dirigidos» para o interior – profundidade da atividade inimiga, ou posicionados na rota da sua atividade.


Tais cidadãos prestaram valiosíssimos serviços a Pátria e ao MPLA, salvaram inúmeras vidas, e neutralizaram inúmeras atividades inimigas contra o MPLA. Muitos deles pereceram, quando por vezes por descuido do oficial da CIG, que os «atendia» eram descobertos pelo inimigo, isto é pelos serviços de inteligência do adversário, na província de Benguela e na minha área de atividade – só para citar como exemplo - morreram 3 agentes até 1980, um residente da cidade do Cubal, professor no Kiskeroff – agente duplo - um no Bocoio e outro em Benguela, o A/S Benjamim Banjo.


A primeira bomba a deflagrar em Benguela, foi em 12 de Fevereiro de 1977, nunca me esqueci por entre outros fatores, ser a data de aniversário do meu irmão mais novo, que por ironia do destino se chama; Guerra. A referida bomba, rebentou no comboio - quando este (o comboio) passava precisamente na passagem de nível, do hoje comando municipal da polícia nacional de Benguela, em plena marcha – lotado de gente o que resultou num quadro grotesco e HORROROSO de corpos contorcidos, esmagados e decapitados, que me traumatizou por muitos anos. Foi uma atividade que chocou-nos a todos, pela violência e o ceifar gratuita de vidas humana, e sobretudo pela «novidade» quanto ao modo de atuação do inimigo.


Outras bombas se seguiram, o que deu origem mais tarde ao segundo ato de fuzilamento público (o 1º foi de Sotto Maior) de um grupo confesso desta atividade, executados no estádio do Buraco na Sta cruz. Huambo e Benguela em particular foram por um tempo sistematicamente fustigados por este tipo de ação.


Para finalizar vou citar três casos na qual a minha seção interveio – entre centenas sob a responsabilidade do Departamento Provincial de Contra-Inteligencia «DCIG» enquanto «durou» o órgão pioneiro do sistema de segurança do estado Angolano: DISA;


• Desarticulação e neutralização do atentado bombista no campo do nacional de Benguela, a quando da realização de um dos jogos, naquela altura os jogos do nacional, arrastavam multidões. – 1978.


• Neutralização do atentado contra a estação de captação de águas de Benguela - envenenamento. (atuação especial e única do A/S Banjo, morto por envenenamento pelos agentes do então inimigo, descoberto precisamente por lograr impedir com êxito a tenebrosa ação).- 1978.


• Sabotagem e ataque as delegações de países Africanos a quando da proclamação da PANAPRESS – Agencia Pan-africana de Noticias - na cidade do Lobito.- Uma bomba deflagrou na estação dos CFB na Catumbela, por culpa do oficial encarregue do caso, logramos frustrar duas outras ações. Asseguramos a integridade física de Lúcio Lara e JES que chefiavam a delegação Angolana, e dos membros das delegações estrangeiras.


A atividade de proclamação da PANA foi um êxito, porque formamos uma intransponível barreira silenciosa nos bastidores do evento – 1980 (um pouco depois da transição da DISA para o MININT).


As pretensas ações acima foram todas neutralizadas no berço da atividade inimiga, a DISA não precisou de utilizar batalhões de soldados para a proteção dos objetivos acima, com dedicação e espirito de sacrifício de todos os integrantes; C/S e Oficiais da Contra Inteligência, foi possível salvar centenas de vidas, de pessoas anonimas algumas das quais HOJE por ironia do destino são nossos detratores.


Escrever sobre as ações da DISA e dos órgãos de segurança do estado até ao MINSE, resultaria certamente em milhares de livros e roteiros próprios de Hollywood. Longe de mim querer branquear a DISA, mas o órgão não foi simplesmente de TERROR, e se o foi, foi competente e justamente contra o desencadear das ações do inimigo naltura.


«Nunca TANTOS ficaram a dever a Tão poucos» Disse Winston Churchill após o fim da 2ª guerra mundial, a-propósito da atuação dos vários serviços secretos dos aliados.


CONCLUSÃO


Não se alcança a Liberdade buscando a Liberdade, mas sim a verdade, a Liberdade é a consequência desta.

Isomar Pedro Gomes

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Marcolino Moco Condena Demolições no Lubango e Apresenta Memorando em Luanda.



Marcolino Moco, antigo primeiro-ministro de Angola, condena a forma desumana como muitos cidadãos têm sido desalojados e simultaneamente demolidas as suas residências sem indemnização justa como está previsto no artigo 37 da Constituição angolana, tudo segundo o político, em nome de projectos que até à data actual ainda não arrancaram.

O memorando intitulado “As graves violações da constituição e dos direitos humanos na Província da Huíla, com os desalojamentos forçados e as demolições de residências, apresentado nesta quinta-feira em Luanda, por Marcolino Moco, antigo primeiro-ministro de Angola, condena a forma desumana como muitos cidadãos nesta província têm sido desalojados e simultaneamente demolidas as suas residências sem indemnização justa como está previsto no artigo 37 da Constituição angolana, tudo segundo o político, em nome de projectos que até à data actual ainda não arrancaram.

Para o docente universitário e também advogado arrepia a mente humana a forma brutal com que se procede no acto dos desalojamentos, cujas consequências são incalculáveis para dignidade dos cidadãos.

O advogado e político do MPLA, partido no poder em Angola, acompanha também desde 2010 as demolições na Huíla com muita preocupação.

Para evitar a “reedição” de situações como a da Chavola, já encetou vários contactos com autoridades políticas, administrativas e religiosas no sentido de que a sua boa relação com altas figuras do aparelho do estado pudesse influenciar positivamente nesta situação, mas em nada resultou o seu esforço.

O ex-primeiro-ministro de Angola, de 1992 a 1996 e Secretário-Executivo da CPLP_ Comunidade dos Países de Língua Portuguesa de 1996 a 2000, Marcolino Moco faz estas denuncias numa altura em que se verificam desde segunda-feira na Huíla a destruição de dezenas de residências no bairro Arco-Íris, algumas cobertas e com haveres no interior.
A Voz da América em Luanda sabe que sobre as demolições no Lubango o advogado que suspendeu temporariamente as suas actividades politico partidárias, recorreu ao Tribunal, onde segundo o mesmo, o processo está a correr os seus trâmites normais.

A 3 de Setembro de 2009, foi aprovada e adoptada a Resolução 37/09 pela Assembleia Nacional, onde destaca, entre outros, que “As demolições, quer em Luanda, quer em qualquer outra cidade, vila ou aldeia do País, quando necessárias, devem ser conjugadas com a criação de condições mínimas e aceitáveis para o realojamento dos cidadãos afectados e com o diálogo e envolvimento dos mesmos nas soluções de alojamento.”

Apesar desta resolução, em Março de 2010, mais de 2000 famílias foram desalojadas no Lubango com uso abusivo da força e sem preparação de condições dignas de realojamento. A situação obrigou a deslocação de uma Comissão Parlamentar no Lubango para o apuramento dos factos.

A 4 de Abril de 2010, o ministro da Administração do Território, Bornito de Sousa, em nome do Presidente da República, pediu desculpas às vítimas pela forma como foi desenvolvido o processo de demolições e desalojamentos ocorridos no Lubango e garantiu que tais acções não voltariam a acontecer.

Mais recentemente, antes das demolições no bairro Arco-íris, cerca de 1300 famílias foram novamente desalojadas no município da Matala, sem a criação das condições previstas na Resolução 37/09 aprovada pela Assembleia Nacional.

Fonte:VOA


quinta-feira, 14 de junho de 2012

Bloco Democrático denúncia que os seus comunicados não passam na TPA, RNA, no Jornal de Angola e na ANGOP.


Fruto da iniciativa do Presidente do Bloco Democrático – BD, no quadro de seu comprometimento com o sucesso das eleições, ao ter manifestado desejo de ser recebido em  audiências por várias autoridades governativas, mediante cartas envias, o Dr. Justino Pinto de Andrade, foi recebido nesta terça-feira, 12.06.012, pela Sra. Ministra da Comunicação Social, Dra. Carolina Cerqueira, tendo-lhe abordado sobre o sobre o seguinte:


O Bloco Democrático - BD entende que, a pertinência de uma comunicação social que trate os partidos políticos por igual é maior neste momento pré eleitoral. Entretanto, este partido tem sido claramente discriminado pelos órgãos de informação públicos. Os seus comunicados não passam na TPA, RNA, no Jornal de Angola e na ANGOP. As suas actividades raramente são cobertas. E os seus dirigentes estão remetidos à uma espécie de “morte simbólica”, não sendo convidados para comentarem sobre  o que quer que seja.


Sendo os membros do BD contribuintes por igual do Orçamento Geral do Estado e a Constituição clara no que respeita a actividade imparcial e isenta, bem como de igualdade de acesso aos órgãos públicos por parte dos partidos políticos; foi solicitado à Sra. Ministra da Comunicação Social que recomende explicitamente aos órgãos de Informação sob sua tutela que, seja alterado o comportameto verificado até ao presente momento, sem prejuízo duma acção imediata, no sentido de criar melhores acessos para todos.


Da sua parte a governante, afirmou ter, em várias ocasiões, solicitado explicações sobre as recorrentes reivindicações dos partidos políticos e feito as recomendações que se impõem, tendo-se-lhe, entretanto, sido informada que a falta de cobertura e  concepção de espaços na mídia pública, dever-se a inexistência de actividades e factos dignos de tal tratamento jornalístico por parte da oposição.


Entretanto, aquela importante autoridade angolana, comprometeu-se em instar os órgãos sob sua tutela, no sentido de pautarem sua actuação nos ditames da cartilha do profissonal da Comunicação Social e estrito respeito às leis vigentes na repúbica de Angola. Descartou qualquer responsabilidade sobre o anuncio que deturpa o uso do cartão eleitoral só para o voto, sabendo-se que o mesmo é tmbém utilizado para apoiar candidaturas de partidos. Solicitou assim ao seu Director para intermediar as iniciativas do Bloco com os órgãos do Estado.


Entretanto, ontem à tarde, o membro da Comissão Política Pedro Candungo realizou uma Conferência de Imprensa na cidade do Uige, sem a comparência da RNA e ANGOP convocados para a mesma.


O Bloco Democrático - BD, reitera o seu comprometimento com a luta pela realização de eleições sérias, visando a mudança para a realização, a todos os níveis, das angolanas e dos angolanos.

Luaty Beirão o também Ikonoklasta em liberdade.


Autoridades têm "reservas" sobre incidente envolvendo rapper angolano
Ikonoklasta foi detido em Lisboa com cocaína na bagagem, mas advogado diz que há "fortes indícios de não práctica de crime".

O rapper angolano Luaty Beirão, de nome artístico Ikonoklasta, foi libertado pelas autoridades portuguesas após ter sido interrogado no Tribunal de Instrução Criminal de Lisboa.
Luaty foi constituído como arguido, sujeito a termo de identidade e residência, a mais leve medida de coação do sistema penal português.

O seu advogado, Luis de Noronha, disse à agência LUSA que “ele está apenas obrigado a informar a autoridade judicial de qualquer mudança de residência ou ausência do país por um período superior a cinco dias”.

Afirma, ainda, que “este caso levanta sérias reservas às autoridades policiais portuguesas e há fortes indícios da não prática do crime”.

De acordo com o produtor e amigo de Ikonoklasta, Pedro Coquenão, o cantor foi detido, na madrugada de terça-feira, quando "as autoridades alfandegárias portuguesas encontraram um pacote de cocaína, no pneu da roda da sua bicicleta, que havia despachado em Luanda, forrada em plástico, para trocar em Lisboa, onde a adquiriu".

Pedro Coquenão disse que ao recolher a roda do tapete rolante, Beirão "notou uma protuberância no pneu e a adulteração do forro de plástico" e foi de imediato abordado por agentes locais que o conduziram para um interrogatório.

O activista angolano Rafael Marques disse à VOA, baseado em contactos com amigos de Ikonoklasta, que o rapper foi inicialmente impedido de embarcar para Lisboa, devido a um problema não especificado, tendo sido posteriormente permitida a sua saída após autorização do comandante do serviço de fronteiras e de a DNIC (Direcção Nacional de Investigação Criminal) ter verificado a sua bagagem.

Marques diz que Luaty questiona porque razão a bagagem, que se limitava à roda de bicicleta, não levantou qualquer suspeita à DNIC em Luanda, e chegou a Lisboa com droga. O activista disse que muitas pessoas da sociedade civil e da oposição ao governo viajam sem babagem de porão, com receio de problemas causados pela introdução de objectos estranhos.