O
ex-preso político do regime, foi interceptado, na altura, quando literalmente
lutava para terminar uma das provas. “Mandaram-no chamar e quando este chegou
os raptores procuraram confirmação a sua identidade questionando: você é mesmo
o Luamba? e, inocentemente, ele respondeu que sim", contou Mbanza Hamba.
De
seguida Gaspar Luamba, segundo a nossa fonte, procurou interar-se do que se
passava naquele momento, seus raptores responderam: “ainda não tens, mas terás
dentro em breve, acompanhe-nos”.
Ao
redarguindo perguntando: “para onde me levam?” um dos raptores, rapidamente,
agrediu-o com duas bofetadas, aconselhando o mesmo não apresentar qualquer tipo
de resistência. “Alguns estudantes ao testemunhar o sucedido tentaram partir
contra os raptores, mas infelizmente, eles conseguiram escapar levando o Luamba
consigo num carro de marca Prado e tiraram o pé”, descreveu.
Argilosamente,
a vítima enviou uma mensagem telefónica ao seu companheiro Mbanza cujo conteúdo
descrevemos “Estou mal”. Ao acusar a recepção o mesmo, meio preocupado, decidiu
ligar ao remetente (Luamba) e falaram em apenas cinco segundos. “Ele,
simplesmente, disse-me que a situação estava crítica e desligou o telefone”,
referiu, acrescentando “ sem entender, de facto, o que se passava informei aos
outros companheiros e eles tentaram ligar para o terminal de Luamba, mas
infelizmente não atendia”.
Três
horas mais tarde os raptores decidiram libertar o activista. E o mesmo revela
que foi levada para dentro dos estaleiros da empresa de construção civil
Odebrecht, localizado algures da via expressa (sentido Viana/Benfica), onde foi
posta numa sala onde havia em amostras matérias de torturas como: alicates,
facas e armas de fogo. “Luamba conta que a única agressão física que sofreu foi
às bofetadas que apanhou ainda na Universidade Jean Piaget”, garantiu a nossa
fonte.
O
activista, de acordo coma a nossa fonte, descreveu o líder dos raptores como
sendo meigo e educado. “Por muitas vezes evitou que ele fosse torturado
fisicamente, enquanto os outros três ameaçavam lhe arrancar as unhas para falar
a verdade”, enfatizou.
Os
raptores colocaram várias questões à vítima tipo: “Quanto é que a UNITA e a
CASA-CE vos pagam para fazermos o que têm feito?”; “que tipo de apoios externos
recebem?”; “quanto é que vocês querem?”; “onde é a residência do Mbanza?”; “a
esposa de Carbono e a suposta viagem que este planear fazer...”. Deixando bem
claro que os conheciam perfeitamente.
De
acordo ainda com a nossa, os malfeitores – descritos como gente finos,
socialmente, bem apresentados com físicos normais – exigem que os apresentem
uma contraproposta, caso ao contrário optariam por métodos drásticos,
garantindo-lhe que “nós vamos partir para acções muito drásticas e não haverá
lei que vos defenda”.
Por
fim os activistas apelam à intervenção urgente da sociedade. “As nossas vidas
correm grande perigo e a qualquer altura poderão ouvir que estamos todos
mortos, por isso é bom que a UNITA, a CASA-CE e outras forças políticas saibam
que podemos ser mortos em qualquer altura”, alertam, ironizando “se realmente
vocês nos apoiassem nós estaríamos todos ricos, sem multas para liquidar nas
faculdades”.
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