domingo, 8 de maio de 2011

COMUNICADO FINAL DO CONSELHO PROVINCIAL ORDINÁRIO ALARGADO

1. Reuniu na cidade de Benguela, no dia 23 de Abril, o Conselho Provincial Ordinário Alargado do Bloco Democrático, com vista a analisar a actual situação no país e sobre o estado organizativo do partido na Província.


2. Os trabalhos contaram com a presença do Presidente do Partido, o DR. Justino Pinto de Andrade, que fez o discurso de abertura. Estiveram também presentes outros membros do Conselho Nacional, assim como a maioria dos dirigentes locais. O evento contou com a presença de delegações provenientes da maioria dos municípios da Província de Benguela.

3. Para além dos actos culturais que, normalmente, são exibidos nestas ocasiões, fez-se a apreciação da situação política na Província de Benguela e ouviu-se o Relatório Síntese do I Trimestre do Secretariado Provincial para a Organização e Mobilização. Falou-se das perspectivas de expansão do Bloco Democrático e da sua preparação para os próximos desafios políticos que o país irá enfrentar.

4. O estado financeiro do Bloco Democrático foi objecto de avaliação pelos presentes.

5. Uma das questões que mais prendeu a atenção dos participantes foi o discurso proferido pelo presidente do MPLA durante a recente reunião do seu Comité Central. Os presentes repudiaram muitas das mensagens proferidas pelo presidente do MPLA, em especial o seu alijar de responsabilidades e do seu partido no que toca ao estado calamitoso em que o país se encontra.

6. Os membros do Bloco Democrático comprometeram-se em lutar com todas as suas forças para o usufruto dos direitos que têm sido sistematicamente sequestrados pelo governo, mesmo que, para isso, tenham que recorrer a manifestações públicas. Reiteraram ainda o carácter democrático dessas manifestações públicas.

 7. Os presentes mostraram-se solidários com os restantes democratas africanos que se batem com denodo para a criação de verdadeiros Estados de Direito Democrático e repudiaram o carácter dúbio das posições dos responsáveis governamentais e do MPLA sobre essa matéria.

 Feito em Benguela, aos 23 de Abril de 2011

 Os Participantes no Conselho Provincial Alargado do BD

COMUNICADO SOBRE 1º DE MAIO 11

 
Comemora-se no dia 01 de Maio o dia consagrado aos trabalhadores do mundo inteiro, em homenagem às vítimas de 1886, em Chicago, que exigiam não só a redução da jornada de trabalho, mas também a melhoria das condições de vida de quem produz a riqueza da sociedade.

É um dia que não diz respeito apenas aos trabalhadores de 1886, mas também a todos os nossos contemporâneos que dia e noite transpiram para que o essencial e necessário para viver não falte na sociedade. É um dia que se reveste de grande significado na luta dos trabalhadores pelos seus direitos, pois, ainda nos nossos dias constata-se que muitos deles são submetidos a condições de trabalho desumanas.

Para o Bloco Democrático, a realidade angolana não é excepção. O crescimento económico do país nos últimos tempos encontra-se distante do desenvolvimento humano. As baixas e atrasos salariais por parte de muitas instituições, incumprimentos no pagamento de diversos subsídios de direito do trabalhador, as dificuldades de acesso ao trabalho são factores que podem comprometer a sua saúde quer física, quer mental. O salário mínimo angolano é incapaz de suprir todas as necessidades existenciais de saúde e lazer das famílias de trabalhadores.

Por isso, o Bloco Democrático recomenda que o Governo adopte um sistema governação credível, que devolva as expectativas dos angolanos, garantindo mais trabalho e salário justo, eliminando as assimetrias, o abuso do poder e a usurpação do bem público para benefício próprio, em detrimento da maioria.

O Bloco Democrático solidariza-se com os trabalhadores angolanos, apoiando a luta de hoje e de sempre, para que se mantenham todos os direitos constitucionalmente adquiridos e se busquem mais avanços na direcção da felicidade do ser humano.



VIVA ANGOLA, VIVA A PAZ E VIVA O TRABALHADOR

LIBERDADE, MODERNIDADE, CIDADANIA.

Benguela, 29 de Abril de 2011

O Bloco Democrático

domingo, 2 de janeiro de 2011

HOMEM DE FORTES CONVICÇÕES



Dr. Francisco Viena
Secretário Provincial do Bloco Democrático em Benguela

Na vida existem pessoas que tornam as vidas de outras pessoas uma grande vida, eis que hoje  caiu sobre mim a inspiração divina para tecer algumas considerações sobre alguém que conheci,  mas não acreditava no seu talento político.
Há momentos na vida em que olhamos para alguém e dissemos: será que ele consegue? Desdenhamos, zombamos e entre outras coisas. Mas, hoje tenho a hombridade de dizer que Benguela conheceu um político de verdade, um político que um dia desafiou a plenária em assembleia, carregando em suas mãos, uma dúzia de documentos para a legalização do partido, dizendo: Se o Bloco Democrático não for reconhecido então a culpa não será minha... Não será sua sim, porque eis um exemplo de política em pessoa, alguém que rasga as ruas de Benguela, com ou sem chuva para distribuir a toda Benguela o seu pensamento sobre o estado da Nação, abordando, sobretudo, questões da vida nacional.
Hoje tenho a certeza que estamos num bom caminho ao teu lado. É fantástico a maneira como chamas a atenção da plenária com a sua voz de homem destemido, defensor dos Kinguilas, Zungueiras, dos jovens desgraçados, dos bêbados que depois de uns copitos choram de tanta pobreza. Hoje conheci alguém que arisca as suas finanças para o bem da política e do seu Partido do coração - o Bloco Democrático. Alguém que é odiado por muitos e acarinhado por milhões de jovens que engrena para a política como eu que estou a partilhar consigo estas breves palavras. Hoje conheci alguém que arrasta consigo multidões quando fala. Alguém que leva os seus filhos para assistir a uma reunião onde tudo parecia um fracasso, e os seus filhos, ao vê-lo falar, diziam: afinal o papa é mesmo político.
Sei que o desejo dos caros leitores é saber de quem me refiro. Refiro-me a uma figura que uma vez me disse: eu estou no Bloco Democrático porque tenho grandes convicções. Refiro-me a uma figura que um dia disse-me também: tu vais muito longe se investires na tua formação académica e sobretudo naquilo que mais gostas de fazer - a paixão pelo Jornalismo.
Sei que é difícil dizer, mas digo, hoje tenho um pai político da “primeira água” que está sempre atento a tudo e todos. Hoje tenho uma nova família. Está família chama-se Bloco Democrático.
Hoje conheci alguém que saiu pelas rua de O'mbaka em companhia dos seus colaboradores directos para uma passeata onde não esteve em causa o fato que trajava e o medo de estragar os sapatos novos, dado os buracos que a nossa cidade tem.
Chama-se Francisco Viena, o grande impulsionador do Bloco Democrático, em Angola. Um político de fortes convicções, pai e mãe ao mesmo tempo, sempre atento aos problemas dos outros.


Eu estou feliz por fazer parte da tua nova amizade, eis um grande político e o Bloco Democrático deve muito a você.
Bem-haja Francisco Viena, Angola tem um político de verdade.
Saudações democráticas.

sábado, 1 de janeiro de 2011

DISCURSO DE BENGUELA (na abertura da I Reunião do Conselho Nacional do Bloco Democrático, 28/12/2010)


Dr. Justino Pinto de Andrade
Presidente do Bloco Democrático
  Antes de mais, permitam-me saudar todos quantos se dispuseram estar aqui presentes, nesta altura em que a generalidade das pessoas aproveita para ficar mais próximo das suas famílias, comungando a alegria da quadra festiva.

Muitos de nós viemos de pontos distantes – mesmo até de cidades situadas em extremos opostos do nosso país – fazendo uma longa caminhada para aqui chegarmos Sei que houve quem tenha consentido sacrifícios, mas sei também que, no final, eles serão devidamente recompensados pelos resultados da nossa reunião.
Na viagem, pudemos, mais uma vez, apreciar as raras e deslumbrantes belezas que esta parte do nosso país oferece. Vimos, igualmente, o quanto ainda está por fazer, para que o nosso povo possa desfrutar de condições de vida mais dignas. Há enormes carências, até daquilo que é essencial. 
Saúdo, em particular, a presença dos senhores jornalistas que aceitaram responder ao nosso convite para reportarem esta primeira reunião conjunta do Conselho Nacional e da Comissão de Fiscalização e Jurisdição do Bloco Democrático.
Particularizo ainda o meu agradecimento ao Dr. Francisco Viena, o Secretário Provincial do Bloco Democrático, e a equipe por si dirigida que se tem mostrado constituída por agentes mobilizadores e aglutinadores de vontades, transformando-se em pilares do projecto que estamos conjuntamente a erguer.
É justo dizer que Benguela foi das Províncias que mais contribuiu para sensibilizar e mobilizar a recolha das assinaturas com que legalizámos o Bloco Democrático junto do Tribunal Constitucional. Benguela soube, pois, interpretar correctamente a importância do momento que vivemos, dando um impulso para a constituição do nosso Partido Político. Com o esforço de todos, edificaremos um partido moderno e capaz de corresponder às aspirações do nosso povo. Obrigado, Benguela! Obrigado, terra de gente boa, de gente determinada, gente vertical e com coragem!
Minhas Senhoras e Meus Senhores! Caros Companheiros! O Bloco Democrático surge, como Fénix, dos escombros deixados pela auto-extinção da antiga Frente para a Democracia (FpD). Mas incorpora também pessoas que militaram em outros partidos políticos extintos pela força implacável da Lei Eleitoral. Além disso, para a constituição do Bloco contámos ainda com o contributo de pessoas sem partido, até mesmo ex-militantes do partido actualmente no poder, o MPLA, desiludidos com os seus desvios e incumprimentos. Foi esta soma de vontades que nos estimulou a designá-lo Bloco, e Democrático pela cultura que pretendemos que nele prevaleça.
O processo da nossa legalização criou uma corrente de solidariedade que nos espantou. Recebemos o contributo de gente de toda Angola, de todas as condições sociais, de todas as idades, de todas as origens étnicas. Mas, foram especialmente os jovens, trabalhadores, estudantes, desempregados, aqueles que mais se baterem para dar existência legal a esta força política. Quem subscreveu a legalização do Bloco Democrático manifestou vontade de participar num processo de mudança do actual estado de coisas. Eles serão o motor de toda essa dinâmica e nós funcionaremos apenas como os aglutinadores das suas vontades, respeitando as suas aspirações.
Está, assim, desmascarada a maquiavélica tentativa de colar a imagem do Bloco Democrático à de um grupo de intelectuais sedeados em Luanda, ou nos seus arredores. Essa táctica maquiavélica foi engendrada no período das eleições de 2008, e visou diminuir o raio de acção e estigmatizar a FpD.
Até mesmo conhecidos intelectuais do partido no poder participaram nesse vergonhoso processo de estigmatização. Como se ser intelectual fosse uma chaga… Com o crescimento do Bloco Democrático, poremos fim a tal mentira, evidenciando o nosso crescente engajamento no seio da população angolana.
Os nossos detractores esqueceram-se que os processos políticos são, geralmente, desencadeados por um núcleo muito restrito de pessoas com perfil e capacidade mobilizadora. Depois, eles crescem, alargam o seu raio de acção, galvanizam outros segmentos sociais, estruturam-se, organizam-se, consolidam-se. O núcleo inicial precisa sim de possuir capacidade e carisma para gerar entusiasmos, para mobilizar novas vontades, para transformar o que foi desencadeado pelo núcleo restrito numa forte corrente de gente engajada. Essa é a nossa missão, por isso somos os iniciadores do processo.
O Bloco Democrático já espevitou curiosidades e está a despertar uma enorme ansiedade entre os angolanos. A todos os nossos compatriotas declaramos, a partir de Benguela, que o Bloco Democrático se vai mostrar à altura das batalhas democráticas que se avizinham. Seremos a força capaz de resgatar a esperança, bem como o orgulho de sermos angolanos.
Minhas Senhoras e meus Senhores! Caros Companheiros! A cidade em que estamos a realizar a primeira reunião conjunta do Conselho Nacional e da Comissão de Fiscalização e Jurisdição é antiga e possui uma história rica de ensinamentos. Ela tem quase 400 anos de existência. Fará 400 anos dentro de pouco mais de 6 anos.
No período colonial, ela foi uma importante praça dedicada ao comércio e ao transporte de milhares de angolanos feitos escravos no Planalto Central, quando os portugueses o elegeram como a área privilegiada para a sua actividade de rapina de seres humanos.
A história regista que partiram daqui, sobretudo, para o Brasil, milhares de angolanos, um território de onde vinham produtos alimentares, em grande parte produzidos pelos próprios angolanos que daqui saíram. Somos, por isso, uma parte daquele mundo que está do outro lado do Atlântico. Tenho a certeza que somos a sua parte boa, a sua gente mais generosa.
Benguela e as suas cercanias viram horrores, assistiram dramas, sentiram o sofrimento de um povo despojado dos seus filhos, de muitos dos seus melhores filhos. Por isso, ficámos mais pobres.
A história regista, igualmente, episódios de resistência em que os protagonistas foram os que não aceitaram, facilmente, ser desterrados para essas paragens ignotas, de onde jamais voltariam. Imagino, pois, a sua angústia… 
Apanhados no interior, os nossos compatriotas desciam para as terras mais baixas, deparando-se, depois, com o imenso mar, majestoso, às vezes turbulento e ameaçador, mas sempre enigmático… Desfaziam-se, assim, os seus sonhos… Restava-lhes a dor, o sofrimento.
Aqui onde estamos, os nossos antepassados eram entregues aos novos senhores, que se tornavam donos das suas vidas, traçando, implacavelmente, os seus destinos… Os nossos compatriotas, feitos mercadoria, embarcavam em navios sem condições para percorrer o mar imenso. Iam para a incerteza do futuro… Somos os seus descendentes e coube-nos a nobre missão de resgatar a sua memória, de escrever a sua história.
Nesses percursos sinuosos, houve os que chegaram ao porto de destino. Houve os que foram lançados para o mar. Também houve os que morreram vítimas de implacáveis doenças, ou até sujeitos a severas sevícias.

As gentes do Planalto Central e afinal, de toda Angola, tingiram de sangue os mares do sul. Contribuíram também para criar riqueza, para o engrandecimento de outras terras. Colocámos o nosso tijolo nos alicerces do mundo. Somos, pois, merecedores de todo o respeito, e temos o direito de partilhar as coisas boas deste Mundo. Por isso, transformados em Bloco, e movidos por um profundo espírito Democrático, erguemo-nos perante Angola, prontos a servi-la.
Nesta parte de Angola, surgiu uma vasta plêiade de arautos que fizeram ouvir a sua voz de várias formas: criando associações, em grupos de interesse, em movimentos sociais de todos os tipos, exprimindo-se nos jornais, nas revistas, nas artes. A cultura foi um dos seus espaços privilegiados de contestação. Mas também se travaram duros combates físicos de resistência. Aqui sempre morou um forte pensamento libertário que ganhou corpo, criou forma e alma.
A importância económica de Benguela não se perdeu com a independência do Brasil, em 1825. De praça comércio e envio de escravos, evoluiu para porto de saída de mercadorias agrícolas para a Europa, em especial, para a Inglaterra, França e Portugal.
Benguela manteve-se sempre activa, altiva e irreverente. Marcou uma posição destacada na luta política contra o colonialismo português. Incorporou na luta muitos dos seus melhores quadros políticos e militares.
Também não se conformou com o regime político totalitário que se aproveitou da independência para fazer das suas… É fácil, pois, entender o porquê que é aqui que se travam algumas das mais destemidas lutas cívicas e políticas dos tempos modernos. É que um povo com tanta história nunca se deixa submeter…
O Bloco Democrático reivindica progresso para o povo angolano. Temos consciência de que o progresso se alcança através das lutas cívicas e políticas, também do trabalho, também do alargamento do nosso espaço de liberdade.
Nunca aceitaremos que tentem, como agora se vê, recuperar os métodos e as práticas da velha ditadura que, nós, decidida e veementemente, rejeitámos.
Temos que ser firmes e determinados na luta contra o saudosismo da velha ditadura. Não podemos baixar os braços perante a opressão que nos querem impor. Felizmente, hoje temos já a possibilidade de recorrer a métodos essencialmente pacíficos e democráticos para vencer a ditadura, uma ditadura que foi apenas ferida, há cerca de 20 anos, mas não morreu. Vamos, pois, vencê-la, agora! 
A caminhada para extirparmos o cancro político e social que nos impõem começa aqui, nesta primeira reunião do Conselho Nacional do Bloco Democrático. Sei que ela vai ser recordada e homenageada pelas futuras gerações de homens livres.  
O Bloco Democrático quer fazer deste momento o lançamento da primeira pedra na luta pela consagração dos valores democráticos. Por isso, temos que ser capazes de atrair mais gente determinada e capaz.
Caros Companheiros! Há um clima político favorável. Há massa crítica. Há vontade de vencer. Vamos irradiar a luz que temos dentro de nós, para que a nossa esperança se torne certeza.
Minhas Senhoras e Meus Senhores! Caros Companheiros! Nós não pretendemos ser apenas mais um partido político em Angola. Nós queremos ser o partido da esperança. Queremos ganhar o coração do nosso povo, para com ele criarmos um futuro melhor.
Por tudo quanto já fez e pelos sacrifícios que já consentiu, o povo angolano merece um futuro melhor. Rejeitemos, pois, o presente que está cheio de atropelos, prenhe de violações dos nossos direitos mais elementares.  
A noite está grávida de punhais. Temos que arrancá-los, um a um, e fazer nascer um dia luminoso, símbolo da nossa fé e da nossa esperança.

Aos que se pretendem eternizar no poder – muitas vezes utilizando a violência e a fraude – só temos um recado a dar: Estamo-nos a organizar e a estruturar, para proporcionarmos ao nosso povo condições de vida mais dignas, mais justas.
O nosso partido funda as suas raízes no humanismo e o progresso. É um partido virado para o futuro, e pretende dar satisfação aos mais profundos anseios dos angolanos.
Nós recusamos o projecto daqueles que, colocados no poder, transformaram um partido com história numa espécie de empresa em que os dirigentes passaram a funcionar como o seu Conselho de Administração, para maximizar os rendimentos e distribuir os dividendos entre si (na sua parte de leão…) e algumas migalhas aos restantes accionistas. É por isso que perderam a alma e deixaram de ter respeito por todos quantos consentiram suor e lágrimas para transformar a pátria oprimida numa pátria realmente libertada.
Chegou a hora de dizermos basta à delapidação dos nossos recursos, ao açambarcamento, ao nepotismo, ao tráfico de influências, ao roubo descarado do património do Estado. Para nós, quem quer ser rico, que trabalhe, que se empenhe, que se esforce. Nós não pactuaremos com sanguessugas.  
No existe outra saída senão o reforço e a consolidação da nossa organização. Ela tem que ser arejada, e dirigida por quem não tem as mãos sujas, nem as consciências pesadas.
Minhas Senhoras e Meus Senhores! Caros Companheiros! O Bloco Democrático quer ser o protagonista da viragem democrática. Viva o Bloco Democrático! Viva o Bloco Democrático!
O nosso Conselho Nacional, ainda preenchido em apenas 1/3do número estabelecido nos nossos Estatutos, vai equacionar e traçar as linhas da nossa actividade para os próximos seis meses. Iremos definir as balizas da nossa acção e estudar o modo como poderemos alcançar os nossos objectivos.
Temos que dialogar permanentemente com as populações e com os seus representantes. Temos que percorrer o país e levar longe a nossa mensagem. Temos que ter um contacto permanente com as associações que se destacam nas lutas cívicas e democráticas. Elas devem estar do nosso lado, porque nós identificamo-nos com as suas causas. Estamos do mesmo lado da barricada. Somos seus companheiros de trincheira. Se elas forem derrubadas, como se pretende, nós também sucumbiremos. Os nossos destinos estão ligados, somos como irmãos siameses. Vivam as organizações cívicas! Vivam os defensores dos direitos humanos! Vivam todos quantos se batem para que as relações humanas sejam mais justas e mais equilibradas! Vivem os defensores do meio ambiente!
Queremos dizer que somos aliados daqueles que se batem contra as injustiças em todas as partes do nosso país. Saudamos a libertação dos activistas cívicos que estavam presos e que foram injustamente condenados em Cabinda. Fomos dos que, em tempo, lhes manifestámos a nossa solidariedade. Queremos contribuir para que a sua luta pelos direitos humanos e a justiça seja coroada de êxito.
Da nossa reunião, deverão sair orientações claras para que os nossos representantes nas restantes Províncias possam passar bem as nossas ideias. Façamos deste encontro uma plataforma para outras acções relevantes e mais arrojadas no resto do país.
Este deve ser o ponto de partida para a Vitória que iremos alcançar no futuro. Viva o Bloco Democrático! Viva o Bloco Democrático!
Caros Companheiros! Só sairemos vencedores desta batalha política se conseguirmos perceber bem o sentimento e os anseios do nosso povo. Estejamos, pois, atentos aos seus sinais e às suas mensagens.
O nosso povo sempre soube passar as suas mensagens. Por vezes, fá-lo de um modo aberto e claro. Por vezes, também, usa métodos mais subtis e subliminares. Compete a nós saber decifrá-los e interpretá-los.
Todos os dias, tomamos conhecimento de contestações, um pouco por todo o lado. Protesta-se contra as demolições anárquicas das casas dos pobres, contra o açambarcamento das terras, na maior parte das vezes, motivado por interesses inconfessos. São os trabalhadores que reivindicam salários e melhoria nas suas condições de trabalho – depois, são tratados como se fossem marginais e criminosos. São, igualmente, as sentenças judiciais injustas, que mostram que ainda não temos uma verdadeira justiça ao serviço dos superiores interesses do Estado. Quem tem dúvidas de que a justiça em Angola ainda só serve os interesses dos detentores do poder político e do poder económico?
Como podemos compreender a essência de um Estado que impede as manifestações pacíficas? É vergonhoso o que se passa no nosso país, ao ponto de se prender e condenar quem protesta contra as demolições das suas casas, contra o esbulho dos seus haveres. Voltámos às práticas mais horríveis do Partido-Estado.
A perseguição que se faz aos jornalistas tem que acabar. A justiça tem de deixar de ser usada para os intimidar. Agora entrámos na era da compra dos jornais julgados incómodos para os colocar ao serviço da oligarquia. É verdade, já podemos falar numa oligarquia em Angola e ela vai exercitando práticas mafiosas.
Os órgãos de comunicação social da oligarquia têm todo o espaço e expandem-se sem obstáculos. Quem não está ao serviço dos interesses da oligarquia vê o seu caminho barrado.
Nós, Bloco Democrático, temos a obrigação de denunciar tais práticas e defender as vítimas da prepotência. Sem liberdade de imprensa não se constrói democracia. É uma ilusão. Vivam os nossos jornalistas livres e corajosos! Eles são nossos aliados. São heróis da construção da democracia em Angola.
Temos também que denunciar a perseguição policial de que são vítimas os trabalhadores informais. Perdem os seus parcos haveres, são alvejados e espancados, perdem até mesmo as suas vidas. Por vezes, parece que regressámos aos tempos das Guerras do Kwata! Kwata! Nem as rusgas coloniais eram assim… As zungueiras, os vendedores ambulantes foram definidos como os inimigos do Estado, mas os larápios de colarinho branco passeiam-se impunemente, e até são vitoriados como garantes da soberania da pátria.
As nossas cadeias estão cheias de gente que terá cometido pequenas infracções. Mas os nossos salões de luxo e os corredores do poder estão pejados de gente que se vai apropriando, sem pudor, dos bens e do dinheiro público. E ninguém os detém. Os polícias não os detêm, porque eles estão acima da Lei. Num Estado de Direito Democrático ninguém está acima da Lei. Temos que ter capacidade de lutar contra essas práticas e as leis injustas.
Quando estivermos representados no Parlamento, bater-nos-emos pela consagração de leis justas, leis que sirvam o progresso e a harmonia social. Bater-nos-emos, também, para que os recursos públicos sejam um instrumento de engrandecimento do nosso país e não de um pequeno punhado de privilegiados.
Seremos inflexíveis na atenção que deve ser dada aos sectores sociais, pois é através deles que se promove uma mais justa redistribuição dos rendimentos e se garante a sustentabilidade do nosso desenvolvimento. Um membro do Bloco Democrático é, por definição, um agente cívico, é um activista dos direitos humanos, é um promotor da paz e da harmonia social.

A paz não se promove com as gritantes desigualdades que se estão a consolidar no nosso país. O Estado que nós queremos é um Estado Social, virado para a satisfação das necessidades das pessoas, e não para garantir os privilégios da oligarquia. Abaixo a oligarquia!
Minhas Senhoras e Meus Senhores! Caros Compatriotas! Entrámos já na Era do Faz-de-Conta. A Era do Faz-de-Conta tem intenções meramente eleitoralistas e para consumo público. Temos que denunciar essa farsa que visa apenas fazer passar a ideia de que, finalmente, os infractores acordaram e se arrependeram de todo o mal que fizeram. Será ingénuo quem acreditar que, alguma vez, um antigo larápio se pode transformar num polícia exemplar… Será também ingénuo quem acreditar que aqueles que fizeram a ditadura podem agora ser bons democratas. O Bloco Democrático deverá ficar atento aos camaleões e denunciá-los.
Minhas Senhoras e Meus Senhores! Caros Companheiros! Compete a nós, enquanto partido organizado, mobilizar as nossas populações para as batalhas políticas que visam proteger os seus direitos e garantir os seus legítimos interesses. Temos de fazer de cada insatisfeito, no mínimo, um simpatizante do Bloco Democrático. Ele tem que ver o Bloco como o seu legítimo recurso democrático e o garante do seu interesse e do seu direito.
O Bloco Democrático está aberto a todos quantos queiram contribuir para a criação de um país melhor. A única exigência que fazemos é que sejam democratas e que tenham espírito de solidariedade. A solidariedade humana é uma das nossas bandeiras mais queridas. Ela é irmã gémea da democracia. Não há democracia sem solidariedade. O nosso sonho é criarmos uma corrente forte que una o país, sem discriminações de qualquer tipo.
Temos que ter capacidade para penetrar nos pontos mais recônditos, porque lá há sempre gente que precisa da nossa acção. Nós também precisamos deles, para sermos mais fortes e mais resistentes. As batalhas democráticas que se avizinham serão duras e longas, mas elas são estimulantes e legítimas.
O poder instalado está a querer estreitar o campo de acção das forças democráticas. Ele está a abusar da legitimidade questionável que conquistou nas urnas, para limitar a nossa liberdade e para confundir as regras democráticas.
O poder está a subverter os princípios democráticos. Retomou o percurso autoritário que interrompeu por força das circunstâncias, e não por uma sincera vontade de mudança. É a velha ditadura que está a mostrar as suas garras, umas garras que tinha escondido, mas não tinha cortado.
Isso fica bem visível no modo como se assiste à concentração do poder nas mãos de um só homem, como se o poder lhe tivesse sido outorgado por vontade divina.
Com os resultados eleitorais de 2008, e com a concentração do poder que se lhe seguiu, o poder legislativo ficou praticamente refém do Executivo, e Judicial continua ao serviço dos seus interesses imediatos. No fundo, todos os poderes são apenas um e a mesma coisa. Tal como nas ditaduras clássicas.
As alterações que se estão a realizar no aparelho governativo configuram, muitas vezes, ajustes de contas internos. Não introduzem nada de novo, nada de substancial. Afastam-se, temporariamente, velhos clientes e depois são cooptados novos clientes, para garantirem os mesmos interesses.
A essência do poder vê-se na política externa de Angola. Não se consegue demarcar dos velhos e também dos novos ditadores. São amigos de estimação, com quem se trocam experiências e apoios mútuos que redundam em prejuízo para a democracia e a liberdade dos nossos povos. Se o poder tivesse mudado a sua alma, não afinaria pelo diapasão dos tempos do partido único… Escolheria até outros aliados, e não os ditadores e os déspotas.
Temos, pois, que monitorar a nossa política externa, porque ela dá o sinal da continuidade ou o sinal da mudança. Este poder que nos governa é claro nos objectivos que persegue, mas é demasiado contraditório nas suas práticas. Temos, pois, a responsabilidade de tudo fazer para o desalojar e o substituir por gente mais séria e mais competente.

Viva o Bloco Democrático! Viva o Bloco Democrático! Muito obrigado!

LIBERDADE, MODERNIDADE E CIDADANIA


 

quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

A TODOS OS JOVENS, HOMENS E MULHERES DA SOCIEDADE BENGUELENSE


Esperamos que estejam a gozar de perfeita saúde e boa disposição, apesar das enormes dificuldades que afectam as vossas famílias, que também são nossas em homenagem à Deus Todo-Poderoso.
Dirigimo-nos aos caros concidadãos, escrevendo esta carta aberta para manifestar a nossa profunda gratidão por terem prestado um grande apoio ao processo de recolha de assinaturas que levou o BLOCO DEMOCRÁTICO, sucedâneo da extinta FRENTE PARA DEMOCRÁCIA, à digna condição de um partido político, legalmente reconhecido pelo Tribunal Constitucional da República de Angola, através do despacho nº 34 do referido Tribunal.
NOSSOS CONCIDADÃOS!
          A legalização do BLOCO DEMOCRÁTICO, representa a continuação de um processo de lutas democráticas de um povo em lutas para democratização da sociedade angolana, apesar das constantes violações constitucionais e dos direitos humanos pelo partido que sustenta o governo de Angola, o MPLA, através das estruturas governamentais.
           É acima de tudo um grande instrumento de trabalho que se coloca a disposição da juventude, das mulheres e dos homens que acreditam que a política pode ser feita fora das estruturas do partido MPLA, em conformidade com as normas constitucionais da República.
           Povo Angolano – Sociedade Benguelense, sentimos todos o desejo, de cada um de nós querer prestar o seu contributo para que possamos desenvolver Angola que pertence a cada um de nós, fora das estruturas do MPLA – partido político. Mas paira sobre nós o receio de ser perseguido, excluído dos cargos que desempenhamos de acordo com as nossas competências e méritos próprios, pelos mais altos titulares de cargos públicos, sobre orientação expressa das estruturas superiores do partido MPLA, transformando deste modo, a partidarização das instituições do estado, violando as disposições do artigo 21º h) e 53º da nossa Constituição aprovada, maioritariamente, por 191 deputados, afectos ao MPLA no Parlamento da República, que diz o seguinte:
Artigo 21 alínea h) promover a igualdade de direitos e de oportunidades entre os angolanos, sem preconceitos de origem, raças, filiação partidária, sexo cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação.
Artigo 53 – nº1 Todo o cidadão tem direito de acesso, em condições de igualdade e liberdade, aos cargos públicos, nos termos da constituição e da lei.
Nº2 Ninguém pode ser prejudicado na sua colocação, no seu emprego, na sua carreira profissional ou nos benefícios sociais a que tenha direito, em virtude do exercício de direitos políticos ou desempenho de cargos públicos, nos termos da constituição e da lei.
           Todavia, tais comportamentos não se compadecem com os desejos e aspirações dos eleitores e do povo angolano que em 2008, conferiram o seu mandato ao MPLA, no intuito de que deixaria de reprimir as novas ideias e métodos de se fazer políticas, de violar os direitos civis e políticos e económicos sociais que correspondem os dignos direitos de 1ª e 2ª gerações e que ao abrigo das normas constitucionais e demais leis vigentes deviam merecer a tutela e garantia efectiva das instituições do estado, particularmente dos órgãos judiciais e judiciários.
           Por tudo o que está a passar-se na nossa terra, o BLOCO DEMOCRÁTICO, através do vosso apoio, transformou-se em partido político, por isso escreve esta carta aberta para levar mais uma vez, ao vosso conhecimento, para o perigo da institucionalização da exclusão social, económica e política dos cidadãos que não se revêem no partido MPLA.
NOSSOS CAROS COMPATRIOTAS!
           O silêncio que a sociedade benguelense vem mantendo, contra a má governação, a corrupção, os desvios de milhões de dólares em todo o país, que inviabiliza a melhoria das condições hospitalares e de vida dos cidadãos, que atrasa o arranque dos sectores agrícolas e industriais, impossibilita a revisão coerente do salário mínimo nacional, a assistência condigna das mulheres viúvas e dos antigos combatentes e de uma melhor qualidade e condições de ensino, cujo as consequências resultam das más prioridades de políticas públicas e da distribuição dos rendimentos e das riquezas nacionais, são males que podem perpetuar na nossa sociedade, se os nossos operários, camponeses, os nossos kinguilas, as vendedoras e particularmente os intelectuais não reagirem para parar com a arrogância e a prepotência do MPLA e do seu governo.
HOMENS E MULHERES DE BENGUELA
          O MPLA é apenas um partido político, o MPLA não é o Estado, o MPLA não é o Povo, o Povo não é o MPLA e o MPLA não pode confundir-se com a nação, por isso, não coubemos todos neste partido, que não quer construir o país com base nos alicerces da liberdade e de uma verdadeira democracia, impondo, a cada um de nós, o dever de transformarmos a nossa condição de cidadãos para militantes, deste mesmo partido e tornarem-nos reféns de toda atrocidade moral, psicológica, social e política e em algumas circunstâncias, até mesmo físicas, cujo as provas poderão ser invocadas em sede dos tribunais judiciais, verdadeiramente independente do todo-poderoso e inquestionável presidente do MPLA e da república que ele quer construir sem a participação de todos.
          Por isso não podemos permitir por mais tempo a manutenção deste silêncio, porque é perigoso para a nossa geração e para as gerações vindouras que hão-de precisar o legado de liberdade, cidadania e democracia que são condições inegociáveis que marcaram profundamente os objectivos da luta pela independência nacional do povo angolano, dirigida por três grupos culturais do nosso país. Justamente por estas razões, não podemos aceitar que o MPLA, tome conta de cada um de nós e faça do nosso país sua propriedade, tal como dizem alguns fanáticos conformados de que o país tem dono.
          Isto não é verdade, porque Angola e as suas riquezas, pertencem a cada um de nós e não apenas aos chamados grupos económicos fortes escolhidos pelo MPLA que se transformaram numa elite poderosa, impiedosa e capazes de tornarem-nos novos escravos das suas fazendas, fábricas e empresas fortemente equipadas.
NOSSOS CONCIDADÃOS!
          Aproveitem a vossa capacidade, a vossa inteligência porque o país está a vossa espera.
          Vocês podem organizadamente fazer melhor que os actuais governantes, porque eles não são os únicos seres humanos da nossa terra que têm a virtude de governar o nosso país, até porque não são insubstituíveis.
          Venham rapidamente juntar-se ao BLOCO DEMOCRÁTICO – Partido político constituído à luz dos ideais da liberdade e da democracia, onde possam discutir em plena liberdade o que pensam sobre o país sem qualquer receio.
          Juntos podemos colocar a nova política, ao serviço da sociedade e do bem-estar comum.
           Juntos, podemos também trabalhar em busca de equilíbrios na governação e no Parlamento da República para que possamos nas próximos governos discutir de maneira aprofundada e amplamente as grandes questões de interesse nacional da nossa vida pública.
          Porque o futuro que o MPLA e o seu presidente querem construir para todos, só é possível se for discutido por todos, em pleno gozo da nossa consciência e liberdade, o que dificilmente sucede, no actual parlamento e particularmente quando se trata dos deputados afectos ao partido governante, sobre pena de perderem os seus direitos enquanto deputados e outras garantias salvaguardadas pela constituição angolana.
CAROS COMPATRIOTAS
          Em 2012 o presidente da república não eleito, convocara eleições gerais para a renovação do exercício do poder político, através do mandato soberano e democrático do povo angolano.
          No entanto, o Bloco Democrático preocupado e solidário com o sofrimento de milhares de famílias angolanas, apela aos angolanos a assumirem-se como verdadeiros cidadãos considerando os processos eleitorais como uma grande oportunidade para corrigir os erros do passado, sancionar aqueles que teimosamente não se adaptam ao novo regime democrático, inviabilizam as nossas opções políticas, o nosso crescimento social, não cumprem com as promessas e é também uma oportunidade para inovar experiencias, introduzindo novas lideranças, capazes de conduzirem o nosso destino colectivo.
          Estas novas lideranças a que referimo-nos, têm de ser preparadas pelo povo sem quaisquer descriminações de ordem psicológica, moral, sócio económico e política.
          Nossos irmãos em Cristo e compatriotas, tal como dissemos as eleições não são partidas de futebol muito menos de atletismo cujo vencedor é aquele que chegar primeiro. São actos muito importantes para qualquer nação, porque devem ser entendidas como sendo um grande exercício de soberania, reservado ao povo para eleger em consciência e responsabilidade, o presidente da república e os deputados para o parlamento. Estes dirigentes a serem eleitos, deverão colocar a politica ao serviço do povo e nunca transformarem-nos em vassalos, mendigos como têm feito.
          Por causa desta mendicidade, as jovens e velhas quitandeiras, os motoqueiros e os kinguilas são pontapeados, chicoteados e pisoteados por fiscais das administrações municipais e por agentes da polícia nacional, ignorando que o esforço que estes homens e mulheres fazem, visa simplesmente vender, por vezes, um único produto para no começo da noite poderem ter a primeira refeição do dia em companhia dos filhos.
          Diante destes acontecimentos, o Bloco Democrático considera que estamos perante um acto de violência física, moral e psicológica traduzido em delito criminal público, patrocinado pelo próprio estado, através de orientações expressas dos órgãos do governo da província.
          O Bloco Democrático, indignado com todos estes males que tem verificado contra o povo apela a sociedade para a unidade e solidariedade, cultivando-se para a denúncia de práticas contrárias ao estado de direito e democrático.
          Compatriotas, a maneira como andam as desigualdades no nosso país, é urgente que assumamos a liderança da realização de uma conferência nacional para a redistribuição dos rendimentos e das riquezas nacionais considerando os actuais níveis de crescimento económico que caminham desajustados com o processo de desenvolvimento económico e social que se revela na distribuição da riqueza a toda população, traduzindo-se deste modo, numa melhor qualidade de vida entre a maioria dos indivíduos de uma nação.
          Vamos agora e particularmente exigir, que o governo do senhor presidente José Eduardo dos santos notifique as entidades competentes para a revisão imediata e coerente do salário mínimo nacional e estabelecendo contactos com verdadeiras organizações representativas dos dignos interesses dos trabalhadores e da sociedade civil.
          Vamos todos fazer do Bloco Democrático, o partido do povo e uma força política com a qual podemos contar para os desafios que a vida política nacional nos impõe.
Em 2012
         O povo vencera, porque terá de ser fiel a si mesmo para que o futuro de Angola seja necessariamente discutido de forma aprofundada e amplamente por todos, no parlamento e no governo que são os maiores centros das decisões políticas nacionais, colocando ponto final às discussões das grandes questões da nação por um grupo afecto a um único partido politico que é o MPLA que, infelizmente, tem se tornado cada vez mais arrogante e demarcando-se dos grandes compromissos que o processo de reconstrução, reconciliação e estabilidades nacionais recomendam, adoptando políticas públicas concretas e prioritárias para o desenvolvimento multiforme e harmonioso de todo país e não como se verifica particularmente em Luanda onde o presidente José Eduardo dos Santos, dedica totalmente a sua atenção, marginalizando as comunas, municípios e o resto das províncias de Angola.
          Caros compatriotas, é assim que somos um povo generoso e especial, tal como disse o presidente?
         Interpretando o que disse o presidente da república, nós somos, realmente, um povo especial porque gostamos de sofrer, gostamos de ser masoquistas e manter no poder um grupo de angolanos com um projecto de sociedade e programa político que padece no tempo há mais de 53 anos.
         Vamos retirá-los a soberania de governar, para serem humildes, moralistas, bons servidores públicos e obedientes a única e inquestionável soberania que reside no povo
         Vamos quebrar as algemas da cidadania para que o legado da liberdade e do bem-estar social e da democracia sirvam os nossos filhos, netos e bisnetos e as gerações vindouras.
         O povo e o Bloco Democrático são as forças da mudança.
         Haja coragem porque podemos servir melhor o país.
O BLOCO DEMOCRÁTICO



segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Angola tem novo partido político, o Bloco Democrático

Herdeiro legitimo dos valores gerados pela histórica resistência angolense pela liberdade inaugurada pelos mais prestigiados lideres do movimento de libertação angolano, o Bloco Democrático é não só a um reerguer da FpD mas, antes e acima de tudo, a afirmação da impossibilidade de extinção das aspirações à liberdade e direitos que presidiram à luta pela independência de Angola e à resistência contra o monopartidarismo, regime que traiu os valores essenciais da meta da luta contra o colonialismo – liberdade e  bem estar estar.
Meta que não se resumia só à apropriação absolutista do poder e de privilégios por uma elite mas que acima de tudo sempre foi consubstanciada pela libertação e a realização do bem estar de todas as angolanas e angolanos. O ideal nacional da liberdade e duma Angola feita terra boa para todos vivermos têm no BD um firme porta-bandeira da resistência pelo Estado de direito e pela democracia. Luiz Araújo
Em Angola, acaba de ser criado um novo partido político, formado por um grupo de académico e advogados, que se consideram uma alternativa ao Movimento Popular de Libertação de Angola, MPLA, no poder há 30 anos.
O Bloco Democrático tem como presidente o economista da Universidade Católica de Angola, e comentador na Rádio Ecclesia, Justino Pinto de Andrade e o economista Filomeno Vieira Lopes como Secretario Geral.
Outros membros da Comissão do partido incluem o conhecido docente universitário, Nelson Pestana e o conceituado advogado Luís do Nascimento, que está a defender os activistas de direitos humanos, no caso de Cabinda, que envolve acusações de crimes contra a segurança do estado.
O novo partido surge na sequência da Frente para Democracia, dissolvido após as eleições legislativas de 2008, por ter conseguido apenas 0.27 por cento dos votos.
Assinaturas
O Bloco Democrático, foi credenciado pelo Tribunal Constitucional em Agosto do ano passado, mas segundo a lei angolana, para poder iniciar as suas actividades partidárias, necessita de pelo menos 7,500 assinaturas, sendo pelo menos 150 provenientes de cada uma das 18 províncias angolanas.
O presidente do Bloco Democrático, Justino Pinto de Andrade, disse à BBC que o partido estava no processo de recolha de assinaturas, para apresentar ao Tribunal Constitucional, mas que este processo não estava a ser fácil.
Justino Pinto de Andrade disse ainda está confiante que o seu partido irá vencer as próximas eleições marcadas para 2012, pois segundo ele, os angolanos estão cansados do MPLA e querem mudanças
Ele salientou os objectivos do seu partido, que passam pelo estabelecimento do equilíbrio social e a partilha da riqueza gerada pelo petróleo, por toda a população e não apenas uma elite.
“É necessário criar uma nova força política que venha congregar a vontade política dos angolanos”, disse JPA.
Na qualidade de presidente do novo partido, Pinto de Andrade está automaticamente habilitado a concorrer à presidência de Angola, uma vez que de acordo com a nova constituição, o chefe de estado é o líder do partido que vencer as eleições.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

ANGOLA PRECISA DE MUDANÇA

Direitos Humanos e Habitação – Se não queremos que continuem a ser violados, nas próximas eleições, teremos que substituir o detentor do poder político em Angola por quem nos garanta o respeito por esses direitos
Um governo viola direitos humanos e a constituição que se deve obrigar a respeitar, depois um ministro, num acto de manobra política pede desculpas pelos efeitos desse cometimento, depois políticos e defensores dos direitos humanos felicitam o ministro manifestando congratulação por esse acto político sem efeitos de promoção da justiça devida e que continua falha
“Das duas uma, ou os membros do MPLA substituem quem dirige o seu governo contra o povo ou o povo, todos nós, com urgência, teremos que substituir o detentor do poder político em Angola”.
Espanto? Para muitos certamente, inclusive políticos com tarimba e dos mais lúcidos, alguns dos quais pessoas que muito prezo e estimo.
Um Governo viola sistematicamente e de forma absolutamente impune os direitos humanos e a Constituição que se deve obrigar a respeitar . Essa tem sido a sua política real.
Depois um ministro desse Governo num acto de manobra política evidente, pede desculpa pelas incidências dessa política de cometimentos contra o povo, realizadas no quadro dum desenvolvimento separado não dito mas efectivo.
Depois quem defende os direitos humanos, políticos e activistas cívicos, felicitam o membro do Governo violador de direitos humanos por esse pedido de desculpa declarando que se congratulam com esse pedido de desculpas, apesar de ser um acto sem efeitos em termos de justiça servida a quem tem sido falha sistematicamente. Até este momento não há noticia de qualquer iniciativa desse ministro ou de qualquer outro membro do seu Governo, nem dos titulares dos órgãos de justiça, dum dito Estado de Direito angolano, que até está provido da armadura de leis para tratar desses cometimentos.
Isso tudo “fica no ar” como ruído atrapalhando a leitura por todos do acto violador enquanto incidência da orientação política da governação realmente imprimida ao país.
As vítimas dessas violações, essas sim, na maioria menos instruídas e até menos informadas, foram lúcidas e imediatamente, manifestaram indignação perante esse pedido de desculpa ministerial inócuo. Desde pequeninos, na nossa cultura, aprendemos que “desculpa não cura a ferida”. Não será?
De facto, obviamente, o pedido de desculpa do membro do Governo é só uma lavagem, à posterior, dos efeitos políticos duma política de exclusão deliberada, um acto preventivo que visa salvar a força política que Governa, o MPLA, quem ao mais alto nível o dirige e à Republica e que, só pode ser assim, no mínimo tem garantido suporte a quem no terreno executa as afrontas a que o povo tem sido submetido.
E é assim que entendo essa felicitação ao ministro que, pelo Governo e seu Chefe, se “dobrou”, quando a perspectiva que se perfila é a da continuidade do tipo de cometimento sobre que o ministro pediu desculpa às vítimas – esperem para confirmar. Por razões obvias aponto essa perspectiva desejando que esteja errada para o bem das vitimas potenciais que esperam a sua vez de serem desalojadas à força como as milhares que já o foram e até agora não tiveram o tratamento da justiça que se impõe.
Na ausência dalguma regra política e metodolóica de procedimentos de harmonização de posições e discursos que se impõe, para realização e potenciação de alianças, tanto com políticos como com activistas cívico-políticos, coloca-se-nos a obrigação de começarmos o tratamento político de tudo isso, dos seus efeitos imediatos e dos que assim são indiciados a prazo, com a colocação de todos os pontos nos is e todos os traços nos ts, apesar do mérito que caiba a cada um reconhecermos e que não colocamos e jamais colocaremos em causa.
Se essa é a contraforça suplementar que devemos enfrentar, embora não o desejemos, cá estamos, prontos. Mas declaramos já que, para o bem de todos, especialmente daqueles a cuja defesa nos dedicamos, preferimos não ser obrigados a assumir esse esforço suplementar.
Aplique-se aqui a lição do conhecido cartoon dos dois burros da cooperação. Devemos tentar puxar a coisa na mesma direcção se o objectivo é o mesmo, cada um para seu lado não resultará. E a direcção certa só pode ser alguma colocada entre marcos que não amputem actos com natureza político-jurídica da sua componente política, quando a componente jurídica-judicial não é na pratica do poder político impulsionada para que a justiça seja feita mas exactamente no sentido contrário, o detentor do poder político garante total impunidade a todos, do topo à base das estruturas desse poder, aos mentores e a quem no terreno executa as violações dos direitos humanos que vimos denunciando.
O poder político está portanto a ser usado contra todos, inclusive contra o Estado que não só desvia da sua obrigação de proteger o povo como é usado contra o povo. Só há uma forma de se acabar com essa situação, retirar o poder a quem o usa dessa forma perversa. É isso que tem que ser dito e divulgado até à exaustão para que nalgum momento, adequado, o povo sacuda de cima de si quem o exclui e deserda do desenvolvimento com a brutalidade que vimos testemunhando.
Considerem que, se devemos respeitar a liberdade e direito de cada um ao exercício que achar adequado e justo, devemos também respeitar a liberdade e direito que merece quem manifestar discordância com esse exercício, sempre que essa for a sua convicção.
Vivemos sob um regime ditatorial que implementa uma forma de desenvolvimento separado, cuja organização política, o MPLA, tantos de nós tivemos como nossa pertença e ou a que alguns dos defensores dos direitos humanos ainda pertencem, mesmo que só de forma afectiva. Um partido político que protegem sempre que amputam a denuncia de violações da contestação política que convoca e merece. Em consequência quem quer que seja que proceda a essa amputação, ainda que não o discurse de forma aberta, objectivamente, para preservar o MPLA no poder e ou não subsidiar a subida ao poder dalguma força da oposição, acaba agindo de forma cúmplice com esse poder político predador. Das duas uma, ou os membros do MPLA substituem quem dirige o seu governo contra o povo ou o povo, todos nós, com urgência, teremos que substituir o detentor do poder político em Angola.
Luiz Araujo