O
candidato socialista à Presidência francesa, François Hollande, afirmou ontem
que os resultados da primeira volta dão-lhe "condições de vitória" na
segunda etapa do escrutínio, que se realiza no dia 6 de Maio.
"Saberemos
se ganhamos no dia 6 de Maio, mas no domingo houve um facto importante.
Terminei na frente e superei em 1,5 pontos o presidente em fim de mandato. O
total de votos da esquerda, que se colocaram detrás da minha candidatura,
permite-nos pensar que existem condições de vitória", realçou François
Hollande.
Após
fazer esta declaração perante a imprensa ao sair da sua residência de Paris, o
candidato socialista dirigiu-se à sede do seu comité de campanha para uma
reunião.
"Estamos
confiantes", disse François Hollande, que pediu prudência e acrescentou
que "resta pela frente uma campanha eleitoral" e que "é preciso
respeitar a escolha dos franceses".
O
seu adversário na segunda volta, o candidato à reeleição Nicolas Sarkozy,
também se dirigiu ao quartel-general da sua campanha, mas não fez declarações à
imprensa.
Na
votação realizada no domingo, François Hollande alcançou 28,63 por cento dos
votos, à frente de Nicolas Sarkozy (27,18%).
Marine
Le Pen, da extrema-direita, foi a terceira mais votada com 18,1%, seguida pelo
candidato de esquerda Jean-Luc Mélenchon (11,11%) e pelo centrista François
Bayrou (9,13%). Segundo J.A. O candidato socialista à presidência da França,
François Hollande, rejeitou uma proposta do seu rival, Nicolas Sarkozy, de
fazer três debates na campanha para a segunda volta das eleições. O presidente
cessante propôs debates sobre questões económicas e sociais, temas sociais e
assuntos internacionais. François Hollande disse que os dois devem ater-se a um
debate, que deve durar "o tempo que for necessário".
"Não
é porque ele teve um mau resultado que pode mudar a organização [das
eleições]", afirmou o socialista, que comparou Nicolas Sarkozy a um
"mau aluno que quer mudar as regras do jogo". "Haverá um debate,
que vai durar quanto tempo for necessário", disse François Hollande.
Numa
altura em que a vitória de François Hollande sobre Nicolas Sarkozy na primeira
volta da eleição presidencial e o inesperado resultado da candidata da Frente
Nacional (FN) de extrema-direita, Marine Le Pen, foram temas de maior destaque
nas edições de ontem da imprensa francesa.
"Ascensão
de Marine Le Pen reaviva a segunda volta", publicou o jornal conservador
"Le Figaro", que assinalou que "os eleitores da Frente Nacional
podem decidir a disputa entre o candidato socialista e o presidente em fim de
mandato".
No
seu editorial, o jornal aponta que François Hollande parte com vantagem, ainda
que "não decisiva, dado o resultado decepcionante do [candidato de
esquerda] Jean-Luc Mélenchon".
Para
o "Le Figaro", Marine Le Pen deveria apelar ao voto a favor de
Nicolas Sarkozy ou, caso contrário, "teria a responsabilidade de fazer
escolher um candidato da esquerda". "A grande maioria dos eleitores
da FN da primeira volta, se querem evitar uma má política, não têm outra
escolha que não seja votar em Sarkozy para evitar Hollande", acrescentou.
"Hollande
na cabeça... Le Pen desmancha-prazeres", anunciou o jornal de esquerda
"Libération", que no seu editorial indica que o triunfo do candidato
socialista reflecte "a profunda vontade de mudar de política e ver outros
valores na chefia do Estado". Em relação à subida da extrema-direita, o
jornal apontou que "a França não escapa do destino de outros países
europeus onde os populismos com novo rosto, desdramatizados na forma, mas
igualmente nocivos no fundo, encontram um apoio cada vez maior entre os
eleitores".
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