Os angolanos
residentes no exterior do país por razões de trabalho, estudo, doença ou
similares poderão exercer o seu direito de voto nas eleições gerais de 2012,
garantiu no último sábado, 28, em Estocolmo (Reino da Suécia), o vice-ministro da
Administração do Território para os Assuntos Institucionais e Eleitorais, Adão
de Almeida.
Fonte: Angop
Ao dissertar sobre a
organização do processo eleitoral, num encontro com as Associações de Angolanos
residentes na Suécia, Finlândia, Dinamarca, Noruega, Islândia e Estónia,
promovido pela embaixada de Angola em Estocolmo, Adão de Almeida especificou
que votam os funcionários diplomáticos e outros trabalhadores angolanos
colocados no estrangeiro, estudantes e doentes, desde que estejam registados e segundo
as regras definidas pela Comissão Nacional Eleitoral.
Revelou ainda que o cidadão
exercerá o seu direito de voto nas missões diplomáticas e/ou consulares
angolanas, ou ainda por correspondência, em função das regras da Comissão
Nacional Eleitoral.
Na sua dissertação, Adão de
Almeida salientou que a legislação eleitoral prevê ainda o voto antecipado que
permitirá aos cidadãos com viagem confirmada e os que trabalhem em regime de
turno ou estejam de serviço votarem antes do dia marcado para as eleições
gerais.
Salientou que, nos termos
da lei, só irão concorrer os partidos legalmente reconhecidos que apresentem as
suas candidaturas ao Tribunal Constitucional acompanhadas de cinco mil a cinco
mil e 500 assinaturas para o círculo nacional e 500 a 550 para o círculo
provincial.
O vice-ministro esclareceu
aos participantes que, todas as tarefas ligadas às eleições gerais de 2012 são
dirigidas e executadas pela Comissão Nacional Eleitoral, sem intervenção do
Governo, a quem cabe a missão de realizar o registo e actualização dos
eleitores, cujos dados deverão ser entregues à CNE até meados de Maio próximo.
Deu a conhecer que o
registo eleitoral que terminou este mês, nos termos da nova Constituição, foi o
último realizado no país, passando nos próximos anos a vigorar o registo
oficioso, por via do sistema de identificação civil.
No quadro da nova
Constituição, disse ainda, deixa de haver eleições legislativas e
presidenciais, o cabeça de lista do partido vencedor é automaticamente
presidente da república e o círculo eleitoral da diáspora deixa de existir.
De recordar que o actual
parlamento angolano, saído das eleições de 2008, com base na anterior
constituição, contemplava três círculos eleitorais, nomeadamente o nacional,
que elegeu 130 deputados, os provinciais, que elegeram cinco deputados em cada
uma das 18 províncias do país, e o da diáspora, que devia ter eleito três
deputados, perfazendo um total de 223 deputados.
Adão de Almeida fez um
enquadramento histórico dos processos eleitorais em Angola, assim como das
eleições de 2008 e das normas e organização das eleições gerais de 2012, que
poderá contar com a participação de cerca de nove milhões de eleitores, segundo
os dados provisórios do registo e actualização eleitoral que terminou a 15 do
corrente mês.
Recorde-se que na abertura
do encontro, sexta-feira última, o embaixador de Angola no Reino da Suécia,
Brito Sozinho, disse ser uma das tarefas prioritárias do Programa de Acção do
Executivo a protecção dos direitos e interesses da comunidade angolana no
estrangeiro.
O encontro, que contou com
a participação de representantes das Associações de angolanos residentes na
Suécia, Dinamarca, Noruega, Islândia, Finlândia e Estónia, foi promovido no
âmbito das comemorações do décimo aniversário do Dia da Paz, assinalado a 4 do
corrente mês.
O programa incluiu, para
além do painel sobre as eleições gerais de 2012 em Angola, uma comunicação
sobre o historial das relações dos países nórdicos com Angola, que foi
apresentada pela directora do Instituto Nórdico sobre África, Carin Norberg,
instituição que realiza pesquisas e análises sobre o continente africano.
As associações acima
referidas apresentaram comunicações sobre o seu funcionamento, dificuldades,
inserção dos seus associados nos países em que residem, entre outros assuntos.
Das principais conclusões
do encontro, destacam-se as dificuldades dos cidadãos angolanos tratarem
documentos, a predisposição das associações em participarem na promoção da
imagem do país, as dificuldades financeiras para materializarem as suas
actividades desportivas, de entretenimento e culturais, incluindo as
relacionadas com a valorização da língua, um mais entrosado relacionamento com as
autoridades do país, através da Embaixada, que reconhece nas associações
parceiros para o seu trabalho com as comunidades.
Durante a reunião foram
exibidos dois vídeos, designadamente “Angola faz-se em Paz” e “Bem-vindo a
Angola” (este produzido em inglês e português), assim como um diaporama de
cerca de 250 fotografias sobre as principais realizações do Executivo, em
sectores vitais para a vida dos angolanos.
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