Luanda - Virou moda em Angola que sempre que a
tensão política soube no seio das populações, em particular da juventude, o
partido no poder, o MPLA, organiza maratonas que são festas de comes e bebes
com música altíssima em vários cantos das principais cidades do país.
As
maratonas são organizadas a custa do dinheiro do Estado com o objectivo de
distrair as populações e desviar as suas consciências face às dificuldades
gritantes de falta de emprego, luz, água e habilitações que estas enfrentam ao
dia a dia.
Além
de promover o alcoolismo no seio das populações e em especial da juventude
angolana, as maratonas visam igualmente evitarem o voto consciente, pois um
alcoólico é uma pessoa com pouca reflexão.
O
MPLA e o seu Presidente, José Eduardo dos Santos (JES) sabem muito bem que
“ventre afammee n’a point d’oreilles” (ventre esfomeado não ouve).
As
maratonas são também uma outra forma maquiavélica que o MPLA encontrou de
alimentar os esfomeados.
E
nas eleições o povo agradece e retribui esta “generosidade” manifestada pelo
partido no poder com votos a favor deste.
Só
o MPLA tem a capacidade financeira de organizar as maratonas, com o dinheiro
que desvia do erário público, pois três cervejas nacionais como a Cuca, a
Nocal, pinchos e uma concha (perna) de frango assada ou frita são vendidos a
preços acessíveis a toda gente.
Na
véspera das eleições, o ritmo das maratonas aumenta. As fábricas de cervejas e
gasosas do país parecem obedecerem a orientação das instâncias superiores do
MPLA para abastecer o mercado.
Viaturas
das referidas fábricas despejam descontroladamente cervejas e gasosas em
qualquer lugar onde encontram senhoras a fazerem negócios de rua. Estas
senhoras que tenham ou não dinheiro, são abastecidas com a mercadoria que
revenderão barato às populações locais.
Além
das maratonas, o MPLA organizam passeatas monstruosas com trabalhadores da
função publica e alunos das escolas do Estado com a ordem de assinarem as
presenças no local da partida.
Como
acontece com as maratonas, as passeatas e qualquer tipo de manifestação a favor
do regime são organizados a custa dos fundos públicos.
Os
movimentos organizadores das referidas manifestações pro-regime ou melhor
pro-MPLA que são o MNE (Movimento Nacional Espontâneo), a AJPRAZ (Associação
dos antigos estudantes bolseiros de Angola na Zâmbia) e Kabuscorp (Organização
de Bento Kangamba) foram bombardeadas com os estatutos de instituições de
utilidade pública.
Significa
isto dizer que as referidas organizações propagandísticas do MPLA teem direito
a dinheiro do Orçamento Geral do Estado (OGE).
As
medias publicas como a TPA (Televisão Pública de Angola), RNA (Rádio Nacional
de Angola), JÁ (Jornal de Angola), ANGOP (Agencia Angola Press) e outras como a
TVZ (TVZimbo) e Rádio LAC (Luanda Antena Comercial), dão largas coberturas a
essas manifestações a favor do MPLA e do seu Presidente José Eduardo dos
Santos.
As
reportagens dos referidos órgãos de comunicação social públicos são difundidas
nas horas de ponta durante vários dias e ocupam os principais espaços.
De
igual modo, a polícia garante a protecção adequada a essas manifestações
pro-regime.
Contrariamente
ao MPLA, os partidos políticos da oposição, depauperados ou empobrecidos, penam
para organizar uma simples reunião popular como comícios para não falar em
manifestações, passeatas e pior ainda maratonas.
Apenas
a UNITA, maior partido da oposição política angolana, e a UPA/FNLA, ensaiaram
em Luanda algumas passeatas que amedrontaram o MPLA.
As
passeatas da UNITA e FNLA desmentiram a ideia segundo a qual o MPLA é o dono de
Angola e da sua população.
“As
passeatas foram apenas um teste, uma entrada e não ainda o prato forte da
refeição que se anuncia contundente” – alertou um dirigente da UNITA.
Outras
passeatas foram organizadas o ano passado (2011) em Luanda, Benguela e Huambo,
com a mesma força.
Ninguém
acreditava que o Galo negro estivesse a altura de colocar os seus militantes à
rua. Havia muito cepticismo por parte dos observadores políticos de que estes
dois partidos conseguissem reunir cada uma quantidade importante de
participantes para as suas marchas, a luz do “desmoronamento” em que se
encontram.
Mas
com muita surpresa, a UNITA e a FNLA marcharam com cabeças levantadas nas ruas
de Luanda, venceram e convenceram.
Quem
amedronta verdadeiramente o MPLA, são os jovens estudantes universitários.
Estes
jovens destemidos, apartidários e laicos, contam com seus próprios esforços e
não beneficiam de apoio de ninguém. Não pertencem a um partido político, nem de
uma Igreja assim como de uma Organização qualquer.
Para
divulgarem as suas mensagens, os jovens manifestantes usam os telemóveis (com
sms) e as redes sociais e os órgãos de comunicação social independentes ou
privados como as rádios Eclesia e Despertar e os jornais semanários.
Em
violação à Constituição atípica de Angola (CRA) que consagra no seu artigo 47º
o direito à manifestação, o executivo angolano proíbe os jovens de manifestarem
sempre que assim se manifestam.
O
Governo Provincial de Luanda chegou ao ridículo de inventar uma lei que
determina o itinerário que as manifestações devem seguir na Capital do país, só
com o objectivo maquiavélico de impedir os jovens de sair ah rua ou pelo menos
de diluir o impacto das suas marchas.
Os
polícias aparecem nos locais de partida das manifestações dos jovens não para
protege-las, mas para os raptar, impedir, agredir e prender violentamente,
usando bastões, barras de ferros, cabos eléctricos e outros objectos
contundentes.
Os
jovens organizadores já conheceram na sua maioria a amargura das prisões parte
da polícia e levam as cicatrizes das agressões com objectos contundentes.
Não
satisfeito e impotente de parar com os jovens manifestantes, o MPLA introduziu
na última manifestação destes milícias do tipo Tonton Macoutes do ditador do
Haiti, Du Valier, e Cães – que são cidadãos da Republica Democrática do Congo
(RDC) – recrutados, segundo se diz, por Bento Kangamba.
Estas
milícias atacam, agridem e matam impiedosa e indiscriminadamente, sem serem
inquietados por ninguém.
Agrediram
selvaticamente o carismático Secretário-geral do Partido BD (Bloco
Democrático), Filomeno Vieira Lopes (FVL) que foi apenas visitar as vítimas da
brutalidade deles (milícias) e policial que recebiam tratamento no Hospital
Militar de Luanda.
Os
jovens manifestantes pacientes estavam a ser tratados dos ferimentos recebidos
na sequência da agressão de que foram vítimas por parte das milícias do regime.
Os
jovens pedem a saída de JES que já completou 32 anos de poder em Angola e de
Susana Inglês da CNEI (Comissão Nacional Eleitoral Independente).
Fonte:
Club-k.net
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